Nova arquitetura trará inteligência artificial aos processadores de smartphones

Redação13/02/2018 15h05, atualizada em 13/02/2018 18h00

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Você pode não conhecer a ARM, mas certamente usa tecnologias criadas por ela diariamente. A empresa britânica, controlada pela Softbank, é responsável pelo desenho de arquitetura de processadores para dispositivos móveis mais popular da indústria – modelo que é seguido por diversas fabricantes, como a Qualcomm e até a Apple.

Nesta terça-feira, 13, a ARM revelou a criação de dois novos desenhos de chips feitos para processar algoritmos de inteligência artificial. A iniciativa ganhou o nome de Project Trillium e deve ajudar a fazer com que mais dispositivos tenham inteligência artificial nativa de hardware num futuro próximo.

Um dos desenhos se chama ARM Machine Learning (ML) e serve como guia para as empresas que quiserem montar processadores preparados para lidar com aplicações que usem aprendizado de máquina. Isso inclui tradução em tempo real, reconhecimento facial e softwares semelhantes.

Já o segundo desenho se chama ARM Objection Detection (OD), e serve para processar dados visuais, como fotos e vídeos, reconhecendo objetos e pessoas. A ideia é que o design seja utilizado por fabricantes na criação de chips para sistemas de segurança, desde smartphones até câmeras e PCs.

Assim como faz com sua arquitetura de processadores, a ARM não vai fabricar os chips, mas vai licenciar as patentes para que outras empresas possam construí-los. Com base numa arquitetura padronizada, a expectativa é de que mais celulares venham com chips de inteligência artificial nos próximos anos.

Mas por quê?

A vantagem dessa tecnologia poderá ser sentida tanto pelo lado da indústria quanto pelo lado do usuário, como explica o The Verge. Atualmente, aplicações de inteligência artificial – como o reconhecimento de imagem do Google Fotos ou a assistente virtual Siri – exigem conexão com servidores externos.

Para reconhecer o seu comando de voz, a Siri depende dos computadores da Apple, conectados à ela pela internet, e não do próprio iPhone na sua mão. Desse modo, a resposta dura um pouco mais, consome banda, ocupa os servidores da Apple e ainda pode ser interceptada no meio do caminho.

Com um chip nativo de inteligência artificial, esses problemas podem ser reduzidos. A Siri poderia, em tese, reconhecer seu comando de voz localmente, sem precisar dos servidores da Apple, garantindo uma resposta mais rápida e uma interação mais segura, sem risco de interceptação.

Algumas empresas já vêm adaptando chips com arquitetura ARM para acomodar processamento local de inteligência artificial, como a chinesa Huawei. Mas com os novos designs da empresa britânica, vai ficar mais fácil para toda a indústria fazer essa transição de modo prático e padronizado.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital