A eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos nesta semana deixou muitos opositores consternados. Uma das críticas levantadas durante as análises posteriores à notícia citam uma suposta influência do Facebook na formação do voto dos eleitores.
É, por exemplo, o que diz Olivia Solon, colunista do jornal britânico The Guardian. “Quanto mais nós clicamos, curtimos e compartilhamos coisas que corroboram nossas próprias visões do mundo, mais o Facebook nos alimenta com posts similares”, disse. “Atualmente, a verdade em um conteúdo é menos importante do que se ele é compartilhado, curtido ou monetizado.”
Junte-se a isso o excesso de notícias falsas circulando pela rede social – um problema que a própria empresa admitiu recentemente – e você teria a receita perfeita para a vitória do empresário nos EUA, segundo esses analistas. Nesta sexta-feira, 11, porém, Mark Zuckerberg, CEO e fundador do Facebook, negou que sua plataforma tenha influenciado as eleições.
“Pessoalmente, eu penso que a ideia de que notícias falsas no Facebook, que formam uma quantidade bem pequena de todo o conteúdo [que circula pela rede social], tenham influenciado a eleição de alguma maneira é uma ideia bem maluca”, disse Zuckerberg durante um fórum sobre tecnologia nos EUA.
De acordo com o executivo, dizer que os eleitores de Trump foram influenciados por notícias falsas é “ofensivo” a essas pessoas, e ele lembrou que notícias falsas também foram compartilhadas a respeito de Hillary Clinton, a candidata opositora derrotada nas eleições. “As pessoas são inteligentes e entendem o que é importante para elas”, argumentou Zuckerberg.
Para ele, porém, o único sinal de influência do Facebook na eleição de Trump seria o engajamento dos usuários. Posts sobre o Republicano teriam recebido mais curtidas e compartilhamentos do que os sobre Hillary, segundo Zuckerberg, sendo de notícias falsas ou verdadeiras. Em tese, isso pode ter contribuído para a popularização e o sucesso da campanha do candidato eleito.
Isso não significa que notícias falsas não preocupam Zuckerberg. No mesmo evento, o executivo reafirmou que a rede social vai se empenhar mais em filtrar o tipo de conteúdo que circula pelo feed para evitar que usuários sejam enganados por histórias mentirosas, mas que “pareçam” verdade.
Via TechCrunch