Câmeras capazes de reconhecer objetos e pessoas e sistemas capazes de enviar notificações caso um indivíduo utilize um objeto para o qual não está autorizado: isso foi uma parte da tecnologia que a Microsoft mostrou hoje durante a conferência de abertura da Build, seu evento para desenvolvedores.

O sistema mostrado pela empresa era composto por câmeras conectadas à nuvem, o que lhes permitia realizar mais de 27 milhões de tarefas de reconhecimento por segundo. Graças a essa capacidade, elas eram capazes de identificar seres humanos que se moviam em seu campo de visão. Quando um administrador de sistema identificava aquela pessoa, a câmera passava a identificá-la pela aparência.

Mas não era apenas pessoas que ele era capaz de reconhecer. Objetos que entravam em seu campo de visão, como ferramentas, cadeiras, mesas, e outros equipamentos eram imediatamente reconhecidos e marcados pela câmera. A empresa então demonstrou que se, por exemplo, uma pessoa não autorizada tentasse usar uma serra elétrica, as câmeras veriam a infração e enviariam uma notificação ao responsável pela área. Abaixo, é possível ver a demonstração da empresa:

De olho em você

Enviar essa notificação, no entanto, era apenas uma das possibilidades que a empresa mostrava. O evento, afinal, é voltado para desenvolvedores, e a ideia era mostrar a vasta gama de possibilidades que suas ferramentas inteligentes de nuvem e internet das coisas trazem. Seria possível, por exemplo, programar as portas da sala para se fecharem em caso de infração (se as portas estivessem conectadas também).

O sistema ainda é capaz de perceber, por exemplo, se um barril com líquido inflamável tombar numa indústria. Nesse caso, ele pode também fechar as portas, ativar os sistemas de prevenção de incêndio, notificar os responsáveis e, nessa própria notificação, sugerir atitudes que podem ser tomadas. O grande atrativo de um sistema desse tipo, segundo a Microsoft, é a segurança que ele traz a um ambiente de trabalho.

Vigilância

Por mais segurança que o sistema traga, no entanto, ele não deixa de ser um pouco assustador. Câmeras capazes de identificar pessoas e de controlar o ambiente em torno delas com base em suas ações parece o tipo de coisa que se vê em filmes de terror ou em livros de futuros distópicos. Mas, embora a tecnologia esteja em seus “primeiros passos”, segundo a Microsoft, ela já existe.

Satya Nadella, que falou durante a abertura do evento, não parece ter muito receio disso. Segundo ele, valores fundamentais da nossa sociedade, como liberdade e igualdade, podem garantidos na tecnologia por meio de uma série de princípios de design, a saber: que a tecnologia seja empoderadora, inclusiva e confiável. Ainda assim, a demonstração mostrada acima não deixa de ter um lado mais sombrio.