Navio autônomo está prestes a tentar a travessia do Atlântico Norte

Jornada de mais de 5 mil km poderá levar de duas a seis semanas, dependendo do clima no Atlântico Norte. Trajeto reproduz a viagem do Mayflower, que em 1620 levou os primeiros colonos ingleses aos EUA
Rafael Rigues08/09/2020 13h20

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Um navio autônomo está prestes a tentar a travessia do Atlântico Norte, repetindo a viagem do Mayflower, o navio que levou os 130 primeiros colonos ingleses para a América do Norte em 1620. Desenvolvido pela ProMare, com apoio da IBM, o MAS (Mayflower Autonomous Ship) sairá de Plymouth, na Inglaterra, com destino a Plymouth, em Massachusetts, EUA.

A jornada de mais de 5 mil km, que começará em 16 de setembro, não tem duração precisa. Mas se for concluída com sucesso será a primeira travessia transatlântica não tripulada movida a energia solar e inteligência artificial.

“Estamos à mercê to clima”, diz com um sorriso Don Scott, diretor de engenharia da Marine AI, outra empresa envolvida no projeto. “Se o mar estiver ‘um espelho’ pode levar duas semanas, mas o clima no Atlântico Norte é quem vai decidir. Pode levar seis semanas”.

O MAS é equipado com uma inteligência artificial chamada AI Captain, desenvolvida em parceria com a IBM, capaz de analisar as condições marítimas e meteorológicas e tomar decisões de forma autônoma.

Usando radar, lidar, câmeras e satélites, o MAS pode comparar o que vê com um banco de dados de mais de um milhão de imagens marítimas, gerando um “mapa de risco” que ajuda o “capitão” a reagir a obstáculos, intempéries e tráfego marítimo.

Segundo Brett Phaneuf, presidente da M Subs e uma das principais forças por trás do projeto Mayflower, aplicar a tecnologia autônoma a um navio é “infinitamente mais fácil” do que a um carro, devido à menor velocidade, menor risco de colisões e mapas detalhados dos perigos nas principais rotas marítimas.

“É uma tecnologia disruptiva”, diz Scott. Uma previsão da Allied Market Research sugere que o mercado de navios autônomos pode valer US$ 135 bilhões (R$ 715,5 bilhões) em 2030. A tecnologia poderia ser aplicada em balsas de carga, para transporte de passageiros, em navios quebra-gelo robóticos, rebocadores, traineiras e navios de pesquisa científica.

Fonte: Sea News

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital