Depois de mais de 10 anos de inatividade, o Museu do Computador e Futuro da Tecnologia voltou a abrir as portas em São Paulo. O museu, inaugurado em 1998, traz um acervo histórico da tecnologia, contendo computadores e periféricos que marcaram época no Brasil e no mundo.

O acervo do museu é composto de cerca de 25 mil pessoas, das quais cerca de apenas 1% está em exposição dentro da Faculdade Impacta, na região central de São Paulo. O material conta a evolução da tecnologia, abrigando itens que existem desde as primeiras décadas do século passado, como uma perfuradora de cartões usada em 1935 pela prefeitura de São Paulo.

Boa parte do acervo vem por meio de doações. O museu faz um trabalho de coleta de lixo eletrônico que acaba alimentando o material em exposição. Segundo Breno Valli, curador e filho do fundador José Carlos Valli, esse trabalho é feito desde 1998, quando o lixo eletrônico era apenas “lixo”, e ao menos uma vez por semana alguém descarta algum item considerado raro.

Entre os itens de maior destaque em exposição estão o primeiro microcomputador portátil da história, o Osborne 1, lançado em 1981, HDs de 1968 que são do tamanho de uma roda de caminhão para armazenar 100 kilobytes de informação e a CPU deste mesmo computador, que pesa cerca de 1 tonelada. O primeiro “pendrive” da história, o Disk Pack, que na verdade era um disco removível que era usado entre as décadas de 1960 e 1980. O museu também conta a surpreendente história de como o ENIAC, lembrado por muitos como o primeiro computador eletrônico da história, na verdade havia sido precedido pelo Atanasoff-Berry Computer.

O Museu do Computador está aberto para o público geral e também para visitas de escolas, faculdades, cursos e empresas. Ele está localizado Avenida Rudge, 315 no bairro do Bom Retiro em São Paulo. Alguns dos equipamentos permitem interação dos visitantes, o que proporciona a chance de jogar videogames antigos, por exemplo. As visitas podem ser agendadas neste link.

Dificuldades

Inaugurado em 1998, o museu tem dificuldades para se manter por não conseguir patrocínio para uma exposição fixa. O último período ativo aconteceu entre os anos de 2005 e 2008, quando a amostra se encerrou por falta de verbas.

Valli conta que a crise política vivida pelo Brasil nos últimos anos dificultou consideravelmente o financiamento do projeto. Em 2015, o museu obteve autorização para bancar suas atividades por meio da Lei Rouanet, que permite que empresas financiem iniciativas culturais em troca de benefícios fiscais. No entanto, o cabo-de-guerra sobre o que é de esquerda e de direita no país fez com que muitas empresas procuradas pelo museu se recusassem a apoiar a ideia para evitar problemas.

Hoje, a exposição conta com o apoio da Impacta que fornece o espaço, mas Valli ainda pede apoio de empresas para poder melhorar a estrutura do museu para atender melhor o público.