Mudanças previstas para o Chrome podem quebrar bloqueadores de anúncios

Renato Santino23/01/2019 21h53, atualizada em 23/01/2019 22h00

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Ao longo do último ano, multiplicaram-se os casos de extensões do Chrome que coletavam dados de usuários irregularmente ou até mesmo usavam os PCs das vítimas para minerar criptomoedas sem avisar. Diante disso, o Google anunciou mudanças para tornar as extensões mais seguras, mas o que a empresa não avisou é que isso também pode afetar consideravelmente os complementos mais queridos pelo público: os bloqueadores de anúncios.

A reclamação vem de Raymond Hill, desenvolvedor de extensões populares como uBlock Origin e uMatrix. Segundo ele, as mudanças previstas para o Chrome, que estão registradas nas páginas do projeto Chromium, que serve de base do navegador do Google, devem causar problemas em várias APIs, que podem afetar negativamente as extensões de adblockers.

A explicação está na versão do manifesto do Chrome, que desde 2012 está em sua versão 2; essa função determina o que cada extensão pode acessar e o que não pode acessar por meio das APIs, as ferramentas de desenvolvimento que permitem integração dos complementos com o navegador. Com a chegada da versão 3, várias APIs devem passar por mudanças drásticas que quebrarão várias extensões para o Chrome.

Na prática, a explicação de Hill é que a versão 3 é que existe uma API chamada webRequest que seria substituída por outra chamada declarativeNetRequest, que é consideravelmente mais limitada e pode afetar as extensões bloqueadoras de anúncios.

A mudança do Chrome teria seus benefícios em termos de desempenho. Essas APIs comandam o que as extensões podem ou não bloquear em termos de requisição de rede e, com a mudança, o navegador não precisaria aguardar que extensões validem o que pode ou não ser carregado, agilizando o processo. No entanto, isso tende a impactar os complementos que dependem de realizar essas modificações, que é o caso do uBlock, por exemplo.

É importante notar, no entanto, que a versão 3 do manifesto ainda está em desenvolvimento, o que significa que o Google ainda pode mudar de ideia e as coisas permanecerem como antes, mas é bom ficar de olho.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital