As coisas não vão bem para a Motorola. A empresa confirmou a demissão de vários funcionários em sua sede em Chicago, embora o número preciso de empregados desligados da companhia permaneça em sigilo.

Os rumores iniciais apontavam que o número chegaria a 50% da força de trabalho alocada em Chicago e que a linha Moto Z estaria ameaçada, mas a Motorola lançou um comunicado que, apesar de estar, sim, demitindo funcionários, o número total não chega a 50% como inicialmente reportado, e que o Moto Z não será afetado. A empresa, que hoje pertence à Lenovo, também afirmou que o movimento já havia sido previamente anunciado.

“No final de 2017, a Lenovo anunciou uma reestruturação que aconteceria ao longo dos próximos trimestres e que impactaria menos de 2% da sua força de trabalho global. A redução de funcionários desta semana é parte desse processo. Estamos reduzindo as operações da Motorola em Chicago, mas isso não impactou metade de nossa força de trabalho como reportado e nossa família Moto Z irá continuar”, diz o comunicado enviado ao 9to5Google.

A questão é que o comunicado fala especificamente da linha Moto Z, mas não menciona outras famílias de celulares. Segundo o site Android Police, que apurou com outras fontes, o número de demitidos pode chegar a 190 pessoas, e a ideia é simplificar a linha de produtos da empresa, que ficou confusa demais no último ano, e focar-se em apenas três famílias: Moto E, Moto G e Moto Z.

Isso significa também que o Moto X5 será descontinuado. O aparelho chegou a ter imagens vazadas no início do ano, mas pode não ver a luz do dia diante dessa reestruturação interna da Motorola/Lenovo. O mesmo deve acontecer com o Moto C, que parecia fazer pouco sentido diante da existência do Moto E.

Para completar, a Motorola também deve reduzir os esforços para produção dos Moto Snaps mais extravagantes, que são voltados para nichos específicos, para apostar em acessórios mais populares, o que provavelmente inclui os snaps de bateria e de estilo. A empresa também deve abandonar territórios onde se viu incapaz de causar impacto para dar maior atenção aos mercados onde tem maior sucesso, o que inclui o Brasil.

Diante dos números da Motorola sob a batuta da Lenovo, o contínuo desmanche da empresa não chega a ser uma surpresa. A empresa que já foi uma das grandes gigantes da tecnologia móvel vêm acumulando prejuízos há vários anos; foi o que fez a companhia ser vendida para o Google em primeiro lugar. Depois de sangrar os cofres do Google, a Lenovo adquiriu a companhia com a promessa de tornar a Motorola lucrativa em apenas 6 meses, o que não aconteceu.

O que de fato aconteceu de lá para cá foi uma perda de mercado considerável. Um relatório recente da consultoria Gartner mostra que a Motorola/Lenovo sequer tem vendas suficientes para se destacar do item “Outros” que divide apenas 40% do mercado de smartphones.