Motores elétricos e novos materiais revolucionam o design das bicicletas

Alguns modelos desafiam completamente o convencional parecem ter saído de um livro de ficção científica; mas todos tem uma coisa em comum: não são nada baratos
Rafael Rigues26/10/2020 15h34, atualizada em 26/10/2020 15h36

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A adoção de motores elétricos, de materiais como fibra de carbono e ligas metálicas compostas e o uso de técnicas de manufatura como a impressão 3D estão causando uma revolução no design das bicicletas, com projetos cada vez mais ousados deixando as pranchetas e ganhando as ruas.

E além de mais atraentes, os projetos também estão se tornando mais especializados, ganhando características sob medida para usos específicos. Fora as duas rodas, uma atrás da outra, uma “fatbike” projetada para trilhas pode não ter muito em comum com um modelo feito para o asfalto de uma cidade.

Veja a seguir as 10 bicicletas elétricas mais interessantes que encontramos por aí.

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Nireeka Prime. Foto: Nireeka

Nireeka Prime: esta “fatbike” produzida pela Nireeka, empresa baseada em Dubai, chama a atenção pelo tamanho. E o desempenho é proporcional: a bateria de 840 Wh tem autonomia para até 100 km com uma carga, e o motor Bafang tem potência de até 1,000 W com torque máximo de 160 Nm. Mas graças aos pneus “gordos” e suspensão dupla no garfo frontal o passeio é bastante confortável. O preço: a partir de US$ 2.500 (R$ 14 mil) no exterior, pelo modelo básico.

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Beno Reevo. Foto: Beno

Reevo: desenvolvida pela empresa norte-americana Beno, a Reevo chama a atenção pelo fato de que não tem um garfo tradicional ou raios nas rodas, que também integram um farol (na frente) e luzes de freio (atrás). Além do design, ela conta com recursos inteligentes como uma trava integrada, controlada por um app no smartphone e alarme com detecção de movimento, controlados por um sensor de impressões digitais no guidão. Custa US$ 2.000 na campanha de financiamento no IndieGogo, com entrega estimada para março de 2021.

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Greyp G6.1. Foto: Greyp

Greyp G6.1: O destaque aqui nem tanto é o design, que é atraente, mas a tecnologia. Além do motor, com potência de até 460 Watts em alguns países, a imensa bateria de 700 Wh também alimenta um computador de bordo movido a Linux, carregado de sensores como giroscópio, barômetro e acelerômetro, além de um módulo GPS e rádios Bluetooth e Wi-Fi.

Tudo conectado à internet com uma conexão 4G gratuita em mais de 100 países e controlado por um smartphone montado no guidão. O farol tem quatro LEDs brancos de alta potência e também uma câmera integrada, que serve como “dashcam” para gravar cada momento do trajeto e salva automaticamente clipes com os principais destaques da jornada. O preço varia de acordo com a configuração e acessórios, mas uma G6.1 custa US$ 7.999 (R$ 45 mil).

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SEM Moto-Bike. Foto: SEM Mechanical Prototypes

SEM Moto-Bike: produzida pela empresa italiana SEM Mechanical Prototypes, a “Moto-Bike” é um híbrido de bicicleta e moto para trilhas, equipada com um motor de 4 kW e bateria com capacidade para 910 wH, o que dá uma autonomia de cerca de 50 km segundo a fabricante. Entretanto, ela pode ser maior pois os freios são regenerativos e devolvem energia à bateria quando usados. O preço não foi informado.

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Trefecta e-Bike. Foto: Trefecta Mobility

Trefecta e-Bike: Se a Reevo chama a atenção pelo design esbelto, esta bicicleta tem orgulho no fato de que se parece com um tanque de guerra. Algo natural, já que a fabricante, a Trefecta Mobility, produz bicicletas elétricas para “missões militares internacionais para manutenção da paz.

O quadro, que de longe se parece com uma peça maciça de alumínio cru, abriga uma bateria de 1.480 Wh com autonomia para até 200 km com uma carga. O motor tem torque de 120 Nm e está disponivel em versões com potência de 250, 500 ou 920 Watts, dependendo de onde e como a bicicleta será usada. A velocidade máxima é de 45 km/h.

O preço começa em US$ 7740, mas pode chegar a US$ 10.500 dependendo do modelo e opções.

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Delfast Prime 2.0. Foto: Delfast

Delfast Prime 2.0: o principal destaque da Delfast Prime 2.0, produzida na Ucrânia, é a autonomia. Feita para entregas, ela pode chegar a quase 400 km com uma carga das baterias. Com um motor de 1.500 W, ela pode chegar a 60 km/h em 15 segundos, embora devido à restrições legais na Europa ela seja eletronicamente limitada a 45 km/h. Custa US$ 5.199 (quase R$ 30 mil).

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Rayvol X-One. Foto: Rayvolt

X-One: desenvolvida pela espanhola Rayvolt, esta bicicleta se destaca pelo design clean e esguio. O que parece um smartphone fundido ao quadro é na verdade um computador de bordo com tela sensível ao toque, equipado com reconhecimento facial para segurança e as funções “de praxe” como ajuste do nível de assistência do motor, estatísticas como velocidade e distância percorrida e nível da bateria.

A autonomia varia de 50 a 70 km (dependendo do modelo e bateria), e o motor está disponível em duas versões, com potência de 250 ou 750 Watts, e velocidade de 25 a 45 km/h. O preço estimado pela fabricante, no varejo, é de US$ 4 mil ((R$ 22,5 mil), embora ela ainda possa ser adquirida no IndieGogo por US$ 2.400 (US$ 13,5 mil)

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Carbon. Foto: Moto Parrila

Carbon: criada pela italiana Moto Parilla, a Carbon é a “SUV das bicicletas elétricas”, uma fatbike que chama a atenção pelo design em alumínio e fibra de carbono. Pesando 30 quilos, ela é baseada em um motor Shimano de 250 Watts, com velocidade máxima de 25 km/h, ou então um motor de 500 Watts e velocidade máxima de 35 km/h para uso fora das estradas. A bateria tem autonomia de 80 km com uma carga, que leva entre seis e oito horas.

A Moto Parilla imagina a Carbon sendo usada para desbravar o terreno em locais remotos na Africa, Alaska, Austrália, Islândia, Rússia e América do Sul. A moto está disponível em várias configurações e opções de acabamento, com o modelo “básico” com motor de 250 Watts custando a partir de US$ 7.700 (quase R$ 44 mil).

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Model 1. Foto: Düsenspeed

Düsenspeed Model 1: o design inusitado desta bicicleta suíça é uma releitura das “board track racers”, motocicletas construídas para competições em circuitos ovais de madeira (board tracks) que eram populares nos EUA nas décadas de 1910 e 1920. Feito de fibra de carbono, o quadro da Model 1 pesa 4 kg, e a bicicleta tem peso total entre 22 e 31 kg dependendo da configuração.

A Model 1 é totalmente configurável. A capacidade da bateria varia de 500 a 1800 Wh e o motor pode ter potência entre 250 e 2.000 Watts, com torque máximo de 80 Nm. A autonomia varia de 40 a 200 km com uma carga da bateria. O preço só é informado sob consulta.

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Archont E3. Foto: Ono Bikes

Archont: esta bicicleta desenvolvida pela Ono Bikes é o que aconteceria se você pegasse o design de uma motocicleta “chopper” e reduzisse ele ao absolutamente essencial. Feito à mão, sob encomenda, o modelo E3 tem motor de 250 Watts com velocidade máxima de 25 km/h, alimentado por uma bateria de 480 Watts com autonomia de 40 km com uma carga.

A baixa autonomia e o longo tempo de recarga (5 horas) a tornam mais adequada para uma volta pela cidade do que para atravessar os EUA ao som de Steppenwolf, mas com certeza você fará isso com estilo. Custa a partir de US$ 4.399 (cerca de R$ 25 mil), sem contar taxa de entrega e impostos.

Fonte: New Atlas

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital