Ainda que estivesse assumindo um risco, a Motorola fez uma promessa em 2016, no anúncio do primeiro Moto Z Play: daria suporte aos snaps – aqueles acessórios que vão “grudados” na traseira dos celulares da linha – por mais duas gerações. A novidade poderia virar um fiasco, como aconteceu com a LG e seu G5, mas foi mantida no ano seguinte com o Z2 Play. E chegando em 2018, a promessa foi cumprida no lançamento do Moto Z3 Play.
Disponível nas lojas a partir desta quarta-feira por 2.300 reais, o novo aparelho da Motorola mantém o suporte aos snaps das versões anteriores, como o de TV digital e o de alto-falante, e consegue fazer isso sem nem precisar manter o visual cheio de bordas de seus antecessores. Mas será que ele vale a pena? Fizemos um teste preliminar do aparelho durante o evento de lançamento. Confira nossas primeiras impressões.
Nova roupagem e as digitais
Tudo bem, o novo smartphone da Motorola não tem exatamente um visual inovador. Não deu para fugir muito do formato e do tamanho dos outros Z Plays, justamente pela necessidade de manter o suporte aos acessórios. Mas a empresa fez um bom trabalho ao reduzir as molduras de cima e de baixo e expandir a tela, que ocupa quase toda a frente do aparelho. Ela só não conseguiu salvar a porta P2, de fones de ouvido, que precisou ser sacrificada em prol do display maior e da espessura ainda menor do aparelho. O celular pelo menos vem com um adaptador USB-C/P2 na caixa para compensar o fim da entrada.
De toda forma, a solução de mover o leitor de digital para a lateral (foto abaixo) foi bem pensada. Em um teste preliminar que fizemos com o aparelho, foi bem mais cômodo alcançar o sensor naquela posição do que na traseira – o que seria inviável, também por causa dos snaps. O único problema é que o leitor é um pouco pequeno e só pega uma parte do dedão, o que levanta algumas dúvidas sobre a precisão dele no uso no dia a dia.
E ainda sobre visual, o vidro usado agora na traseira do Moto Z3 Play também o deixa mais elegante do que seus antecessores. Pelo menos em um primeiro uso, o material não pareceu tornar o aparelho mais escorregadio e nem nada do tipo – o único problema é a quantidade de marcas de dedo que enchem a superfície. O tamanho do corpo, no entanto, não faz do aparelho o mais amigável para usar com uma mão só, o que não chega a ser uma surpresa.
Snaps, câmeras e desempenho
Usar um snap no Moto Z3 Play continua tão intuitivo quanto era nos modelos anteriores. Bastou encostar o acessório na traseira do celular para que ele fosse identificado e pudesse ser usado. Depois de equipar o módulo de TV, por exemplo, bastou abrir o app para começar a assistir. O mesmo vale para os outros complementos.
Sobre as câmeras, a promessa da Motorola foi de melhoria. A lente dupla da traseira registrou fotos que, na tela do celular, pareceram ter boa definição, e os efeitos que o par de câmeras oferece, como o desfoque do fundo, são bons adicionais. No campo de vídeo, o Cinemagraph, para criar “GIFs”, é bem divertido e, em uma primeira impressão, funcionou bem.
Já em termos de desempenho, o Snapdragon 636 de 1,8 GHz e os 4 GB de RAM dos aparelhos em exposição não os deixaram engasgar em um uso rápido. O aplicativo de TV, um pouco mais pesado, só demorou um pouco para estabelecer a conexão, mas foi possível alternar entre ele outros apps sem problemas. Mas é sempre bom lembrar que todos os celulares ali eram novos, e os smartphones com Android mudam bastante com o uso constante no dia a dia. Por isso, se quiser saber mais sobre o Moto Z3 Play, não deixe de conferir nosso review completo em breve.