Moto Z Play ou Zenfone 3: qual é o melhor intermediário do momento?

Renato Santino30/01/2017 19h45

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O Brasil vive um momento interessante no mercado de celulares. Mesmo com a crise, a área que mais cresce e gera interesse do público no momento não é a dos celulares mais baratos, mas sim o setor intermediário. E é justamente aí que está brotando uma competição interessante.

Hoje o Brasil tem dois ótimos representantes da categoria intermediária competindo ferozmente pelo título de melhor celular desta faixa de preço: Moto Z Play e Zenfone 3. São smartphones que têm muitas similaridades, mas algumas diferenças cruciais.

Antes de tudo, é necessário fazer uma ressalva: fazer qualquer comparativo com o Zenfone 3 é complicado, porque a Asus lançou três versões do mesmo celular, com diferentes quantidades de memória RAM (2 GB, 3 GB ou 4 GB). Para fins de comparação, a versão que levaremos em conta é a de 4 GB, pelo fato de que foi a que o Olhar Digital já teve a oportunidade de testar e por ter o preço mais próximo do Moto Z Play.

Veja qual deles é a melhor opção:

Desempenho

Quando o Zenfone 2 chegou, a Asus prometia desempenho de top de linha com preço de intermediário graças a um processador Intel que oferecia, sim, mais velocidade, mas também fazia a bateria ser sugada com pouquíssimo tempo de uso. O Zenfone 3, por sua vez, não tem a mesma ambição, com um chipset Snapdragon 625, e se concentra em dominar bem o que faz um intermediário ser ótimo.

A questão é que o Moto Z Play tem exatamente o mesmo processador, tornando o desempenho de ambos muito próximos em basicamente todos os sentidos. A situação só pende a favor de alguém quando lembramos que a versão que estamos analisando do Zenfone 3 tem 1 GB a mais de memória RAM do que o aparelho da Motorola.

Isso se verifica em vantagens de desempenho percebidas em testes como o AnTuTu. Enquanto o Moto Z Play para em uma pontuação de cerca de 59 mil, o Zenfone de 4 GB chega a até 63 mil pontos. Não é nenhuma diferença gritante, mas já é uma vantagem.

Ponto para o Zenfone.

Software

A Asus tem muitas coisas boas em seus celulares, mas a ZenUI certamente não é uma delas. A customização que a empresa faz sobre o Android está longe de poder ser descrita como elegante. Pelo contrário; ela é bem tosca e depende de um bom tempo de adaptação, de bloqueio de notificações indesejadas e desativação de aplicativos e recursos desnecessários.

Enquanto isso, a Motorola ainda mantém a boa prática de apostar no Android puro, que tem a vantagem de rodar mais liso não só em termos de desempenho, mas em questão de usabilidade. A interface é mais agradável, mais fácil de navegar, praticamente sem aplicativos pré-instalados. Não tem muita comparação.

Ponto para o Moto Z Play.

Bateria

A batalha é acirrada, porque os dois celulares se saem muito bem em termos de duração de bateria, mas o Moto Z Play leva uma vantagem pelo fato de que sua bateria é uma das de maior capacidade do mercado, com 3.600 mAh, contra 3.000 mAh do Zenfone 3.

Não é raro que uma bateria de maior capacidade não se reflita em maior duração por vários motivos. O processador pode não ser econômico, a tela pode desperdiçar energia… não é o caso do aparelho da Motorola, que aguenta em média quase dois dias inteiros de uso antes de precisar de uma nova recarga. Já o Zenfone 3 também se sai bem, mas fica na média das 36 horas.

Além de já ter uma superbateria, o Moto Z Play ainda tem a possibilidade de usar um snap que proporciona mais algumas horas de bateria. O acessório é caro, mas funciona bem para quem tiver o dinheiro para tal.

Ponto para o Moto Z.

Tela

Novamente é bom ressaltar como ambos os celulares são parecidos. Os dois têm painéis de 5,5 polegadas com resolução Full HD (1.920 x 1.080), o que geraria um empate entre os dois modelos. No entanto, há um detalhe que favorece o Moto Z Play: o uso da tecnologia Super AMOLED em vez do LCD visto no Zenfone 3, que além de proporcionar excelente qualidade de imagem e brilho também contribui para economia de energia.

Ponto para o Moto Z Play.

Câmera

Mais uma vez, os dois aparelhos têm muitas características equivalentes e a disputa é resolvida em questão de detalhes. Ambos contam com um sensor traseiro de 16 megapixels com abertura da lente de f/2.0, que está de bom tamanho para celulares intermediários.

O que o Zenfone 3 tem que o Moto Z não tem é a estabilização óptica de imagem, que ajuda a compensar melhor um clique em movimento. Além disso, o sensor frontal também é um pouco melhor, de 8 megapixels contra o 5 MP do aparelho da Motorola.

Assim, vantagem para o Zenfone 3.

Design

Até nisso os aparelhos têm bastante em comum, e optam pelo vidro como principal elemento de seu acabamento. O problema é que a modularidade do Moto Z Play joga contra ele em alguns aspectos, como a lombada da câmera, que praticamente força o usuário a usar algum snap, nem que seja apenas para nivelar a traseira do aparelho.

Além disso, o fato de a traseira do Moto Z ser dedicada aos snaps forçou a Motorola a incluir o leitor de impressão digital na parte frontal do celular. Apesar de ser uma posição confortável para o uso do sensor, ela não faz sentido em termos de usabilidade do celular, já que, ao contrário do que faz a Samsung, a Motorola não usa aquele espaço como um botão Home, fazendo com que o celular fique maior do que precisaria ser, já que suas bordas ficam muito grandes.

O Zenfone 3 não tem esses problemas, o que permite que ele tenha um corpo mais compacto por colocar o leitor de impressão digital na traseira.

Ponto para o Zenfone 3

Conclusão

Se você leu até aqui, sabe que consideramos ambos os celulares extremamente parecidos, e isso se reflete também na pontuação final. Cada aparelho venceu em três critérios dos seis analisados, ressaltando o quão equilibrada é a comparação entre os smartphones.

Neste momento, invocamos a cláusula de desempate: preço. A diferença é pouca, mas o modelo do Zenfone 3 que analisamos nesta matéria custa um pouquinho mais barato do que o Moto Z Play. Por isso, julgamos o aparelho da Asus como tendo um custo-benefício um pouco melhor.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital