Vale a pena trocar Netflix por Amazon Prime Video? Veja prós e contras

Confira cinco motivos para trocar (e três para não trocar) a Netflix pelo Amazon Prime Video
Redação24/09/2018 20h07, atualizada em 14/03/2019 20h56

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Há um ano ou dois, o Amazon Prime Video aparecia apenas como uma alternativa temporária à Netflix nesse mundo dos serviços de streaming. Ele tinha algumas séries próprias, como “O Homem no Castelo Alto” e “Mozart in the Jungle” – que levou até Emmy de melhor comédia em 2016 –, mas não ia muito além disso. O negócio era maratonar as produções exclusivas e cancelar a assinatura logo em seguida, antes do período de testes acabar, para não ficar com uma cobrança a mais na tarifa.

Mas o cenário parece estar mudando, e falo por experiência própria. Sim, eu praticamente larguei a Netflix para dedicar a maior parte do tempo ao Amazon Prime Video. E, ainda que o serviço esteja bem longe de ser perfeito, não pretendo voltar tão cedo.

Aqui, primeiro, 5 motivos que me levaram a fazer a troca:

1. Clássicos como “The Office” e “Seinfield” e mais algumas séries que a Netflix não conseguiu de volta. As temporadas da comédia com Steve Carrell e John Krasinski até estiveram por um tempo no catálogo do serviço, mas saíram e nunca mais voltaram. Ponto para a Amazon. O mesmo vale para “Parks and Recreation”, outra ótima comédia com Amy Poehler que ainda hoje aparece no acervo norte-americano da Netflix – mas nada de entrar no brasileiro.

O drama “This is Us” e o drama-hacker “Mr. Robot” são outros pontos altos para o serviço da Amazon. E isso sem contar alguns filmes: o catálogo tem os relativamente recentes “Extraordinário” e “A Cabana” para fazer as pessoas chorarem e “John Wick 2”, “Power Rangers” e o russo “Guardians” para quem gosta de ação. Ok, o acervo de filmes ainda não é lá tudo isso. Mas quem precisa disso quando se tem nove temporadas de “The Office”?

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2. Os conteúdos exclusivos da Amazon estão cada vez melhores para compensar o acervo de filmes ainda não muito empolgante. Já falei de “O Homem no Castelo Alto” e de “Mozart in the Jungle” antes. Mas  ainda podemos incluir “Jack Ryan”, “McMafia”, “Goliath” “The Good Fight”, “The Marvelous Mrs. Maisel” (que levou o último Globo de Ouro de Melhor Comédia) “The Tick”, “American Gods” e “Electric Dreams” na lista de acertos recentes. Todas foram elogiadas por público e crítica – e são bem melhores do que a primeira e a segunda temporadas de “Punho de Ferro”, para ficar em só um exemplo.

3. Boa parte das últimas produções exclusivas da Netflix, sejam elas séries ou filmes, parecem ser produzidas com um único objetivo: virarem memes. Vide o caso recente de “Desencanto”. A empresa também vem investindo demais em um determinado nicho de público: os adolescentes e pós-adolescentes e, até mesmo nesse caso, a qualidade deixa a desejar.

Além disso, a empresa também ainda não acertou a mão nos filmes mais adultos. Para cada exemplar bacana como “Beirute” e “Os Meyerowitz”, são lançados títulos como “Bright”, três longas do Adam Sandler e uma comédia romântica boba, que está longe de ser um “Harry & Sally”. Nada contra os filmes mencionados acima, mas, considerando que eles estão gastando um caminhão de dinheiro com produção própria, o controle de qualidade poderia ser melhor.

4. A Amazon está voando, financeiramente falando. A empresa foi a segunda a atingir 1 trilhão de dólares em valor de mercado, logo depois da Apple, o que significa mais estabilidade e caixa para investir em novas produções. A Netflix, enquanto isso, ainda está com problemas: a companhia já teve problemas para bater a meta de assinantes e ainda tinha uma dívida de 28 bilhões de dólares acumulada em abril do ano passado. A situação deve ficar ainda mais complicada para a companhia com a retirada das produções da Disney, que não deve demorar para lançar o próprio serviço de streaming no mercado.

Ah sim, a Amazon ainda é mais barata que a Netflix: R$ 14,90 por mês, contra R$ 21,90 no pacote mais básico da rival.

5. Dá para baixar e assistir offline. Tudo bem, a Netflix também deixa e ainda tem um recurso de Smart Download, que apaga os episódios antigos e baixa novos. Mas no app da Amazon, o download é mais fácil: é possível baixar uma temporada completa com um toque, em vez de ter que clicar episódio por episódio em uma lista. O download inteligente nem faz tanta falta.

E aqui, 3 ótimos motivos para pensar duas vezes e não trocar:

1. O aplicativo para smart TVs. Nos smartphones, o app da Amazon Prime funciona muito bem, obrigado. Mas nas TVs, a história é outra. Não, sério: como assim você precisa sair do episódio para trocar o idioma da legenda ou do áudio? Não raro, o texto também aparece atrasado – ao menos no modelo em que eu testei, uma LG de alguns anos atrás com o webOS mais recente. Isso sem contar a bagunça que é a organização dos episódios e temporadas das séries. Às vezes, é melhor assistir no celular mesmo. O app da Netflix nas TVs tem aqueles incômodos trailers com reprodução automática, mas ao menos é mais organizado.

2. Não é tão fácil compartilhar. O Amazon Prime não tem um plano família, que dá direito ao uso do serviço em duas ou mais telas simultaneamente. Em tese, daria para fazer o compartilhamento da conta “por baixo dos panos”, como acontece com as assinaturas da Netflix (não é legal, mas eu sei que você conhece alguém que já fez isso). Mas a conta do serviço de streaming fica vinculada à da loja da Amazon, que pode ter o cartão de crédito cadastrado e pronto para ser usado em compras online de livros e até eletrônicos. Pense bem em quem vai ter acesso a ela.

3. Falta de capricho nas legendas. No serviço da Amazon, não chega a ser incomum alguns lançamentos mais recentes não contarem com legendas em português e, nem mesmo, uma versão dublada da obra. Ou seja, se você não entender bem o inglês, as chances de se perder nas séries e filmes são grandes. Além disso, a sincronização da legenda com a fala do personagem apresenta frequentes delays, o que atrapalha a experiência, como mencionei acima.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital