MIT está criando dispositivo para ‘hackear’ sonhos

Por meio de sensores, o Dormio consegue identificar que fase do sono o usuário está e enviar uma sugestão para o subconsciente
Renato Mota13/04/2020 21h04

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De certa maneira, os sonhos são a melhor Realidade Virtual que existe. Lá, além de gráficos de primeira, você tem experiências quase tão profundas quanto a própria realidade, com sensações que podem beirar o real. A diferença é que lá não temos controle do que acontece – ainda. Pesquisadores do MIT (Massachusetts Institute of Technology) estão tentando mudar isso.

No Dream Lab do MIT, uma equipe de cientistas está criando tecnologias capazes de “driblar” o subconsciente para que sonhos tenham mais efeito na nossa vida cotidiana. “Sonhar é apenas pensar à noite”, acredita Adam Horowitz, um dos pesquisadores do Dream Lab. A ideia é aproveitar os sonhos como ferramenta para contribuir com a consolidação da memória, a regulação emocional e a saúde mental em geral.

E para aproveitar esse potencial, os cientistas querem criar possibilidades de maior interação do consciente com o subconsciente. Para isso, o Dream Lab está desenvolvendo novos dispositivos vestíveis de código aberto que rastreiam e interagem com os sonhos de várias maneiras. “As pessoas passam um terço de sua vida dormindo, é um terço em que elas podem usar para melhorar a si mesmas”, afirma Horowitz.

Você já assistiu ao filme “A Origem” (ou “Inception”, como ficou mais conhecido em seu nome origina em inglês) do diretor Christopher Nolan? Na trama, uma quadrilha liderada pelo Leonardo DiCaprio é especializada em invadir e retirar – ou implantar – informações no subconsciente das pessoas através dos sonhos. É mais ou menos isso que o Dream Lab quer.

O principal dispositivo em desenvolvimento é o Dormio, uma luva inteligente que tem como objetivo tirar melhor proveito do estágio de “hipnagogia” – quando estamos semiconscientes, entre a vigília e o sono propriamente dito. Nessa fase, o fluxo de pensamento foge da realidade e começa a se tornar mais fluido. Há quem acredite que esse estado de pensamento seja particularmente proveitoso para a criatividade, e gente como Thomas Edison, Nikola Tesla e Salvador Dalí costumavam tirar proveito dele.

Com sensores no pulso e nos dedos, o Dormio rastreia o tônus ​​muscular, a frequência cardíaca e a condutância da pele para identificar os vários estágios do sono. Quando o usuário entra na hipnagogia, o dispositivo reproduz uma sugestão de áudio pré-gravada, geralmente composta por uma palavra, e grava qualquer coisa que o usuário possa dizer em resposta.

Em um experimento de 50 pessoas observou que o conteúdo da sugestão de áudio apareceu com sucesso nos sonhos das pessoas. Se a palavra fosse “tigre”, por exemplo, os usuários relataram sonhar com um tigre. Mais do que alterar o conteúdo dos sonhos, o experimento melhorou as tarefas de criatividade e de desempenho dos usuários quando acordados.

Via: OneZero/Futurism

Editor(a)

Renato Mota é editor(a) no Olhar Digital