Os usuários do Google Maps estão acostumados com a plataforma mostrando uma infinidade de estabelecimentos existentes nas regiões. No entanto, segundo uma reportagem do The Wall Street Journal, 11 milhões desses negócios são fakes. Para o Google, isso é interessante graças às ferramentas de pagamento que ele oferece para priorizar empresas nas listas de mapas. Quanto mais empresas, menor é a chance de uma se destacar por mérito próprio. 

Segundo o jornal, uma busca por encanadores na cidade de Nova York, apontou que dos vinte primeiros resultados, treze mostravam endereços que não existiam e somente duas eram empresas  reais que seguiam as regras estabelecidas pelo gigante da tecnologia.

Após a matéria, que contou com relatos de especialistas em buscas, funcionários e ex-funcionários da empresa, o Google rapidamente respondeu as acusações, afirmando que “os negócios falsos são apenas uma pequena porcentagem”.  

Como funciona

A reportagem abre explicando como a empresa se beneficia com essa prática -não fazendo diferença se são “milhões” ou “uma pequena porcentagem”.

Nancy Carter, uma funcionária aposentada, tem o costume de recorrer ao Google Maps quando precisa de ajuda. Na plataforma ela encontrou um serviço de reparos que já havia utilizado e entrou em contato novamente para que consertassem a porta de sua garagem. No entanto, ela não sabia que muitas pessoas utilizam a popularidade da ferramenta, para introduzir informações falsas.

Ela chamou pensando que se tratava do serviço que já havia sido contatado anteriormente. Mas quem chegou em sua casa foi um homem em uma van sem identificação e que cobrou o dobro do que a empresa conhecida havia lhe cobrado anteriormente. Considerando a diferença, Nancy não realizou o pagamento e o contratado passou a atormentá-la em sua casa repetidamente.

“Três anos se passaram e o Google parece não conseguir deter a proliferação das listas de negócios fictícios e de funcionários agressivos em sua página de busca. Os golpes são lucrativos para quase todos os envolvidos, incluindo o próprio Google”, escreve o The Wall Street Journal.

Defesa do Google

A nota foi dada através do site oficial da companhia e está assinada por Ethan Russel, diretor de produto do Google Maps. Nela, a empresa explica como combatem os perfis de negócios falsos em seus mapas, e assim, minimiza o número de golpistas.

Russel afirmou que, ocasionalmente, acontecem golpes através da plataforma. Como cobrar por serviços que deveriam ser gratuitos, defraudar os usuários apresentando-se como empresas reais ou seguindo a mesma técnica de representação para obter determinados dados de clientes e depois vende-los. No entanto, o executivo assegura que “os perfis de negócios falsos são uma pequena porcentagem”.

O Google ainda afirma que mais de 90% dos perfis falsos foram eliminados antes que os usuários pudessem sequer vê-los. Com isso, a ferramenta eliminou, só ano passado, mais de três milhões de perfis que se passavam por negócios reais com o objetivo de enganar possíveis clientes.

Além disso, o Google garantiu que o próprio sistema interno foi responsável por mais de 85% dessas eliminações. Outras 250.000 contas foram reportadas por usuários e 150.000 se mostram abusivas. Isso representa um aumento de 50% em relação a 2017.

Este ano, a companhia californiana introduziu novas maneiras de notificar empresas suspeitas. Elas podem ser relatadas de maneira individual ou múltipla. O Google se compromete a investigar se o perfil está ou não cumprindo suas políticas e se a conta foi criada de forma suspeita, além de investigar se outros abusos foram cometidos.

Fonte: GENBETA