Durante uma apresentação na Build 2017, a Microsoft apresentou algo que pode mudar o mercado de PCs e pode dar, finalmente, o pontapé inicial na sua nova estratégia para o Windows no mundo dos celulares, estagnada pelo menos desde 2015 com a apresentação dos últimos smartphones Lumia. Trata-se do Windows 10 rodando em processadores ARM, e a capacidade de execução de softwares win32.
Se você não está acostumado com o jargão técnico, isso pode não significar muito, mas é um passo grande para a Microsoft. Os processadores ARM são conhecidos por serem praticamente onipresentes nos mundos dos celulares, com representantes como a linha Snapdragon da Qualcomm e os chipsets da MediaTek. Enquanto isso, os aplicativos win32 são aqueles que você baixa e instala normalmente no seu computador, como o Chrome, sem depender da Windows Store.
Isso significa que com o desenvolvimento de um emulador, a Microsoft seria capaz de fazer com que um celular com Windows seja capaz de rodar todos os programas que você executa normalmente no seu PC. Isso transformaria o smartphone em um PC portátil de fato, abrindo portas para o tão especulado “Surface Phone”.
Por enquanto, porém, a Microsoft ainda não está falando sobre o lançamento de um novo celular. O que se sabe é que a Qualcomm já revelou que notebooks rodando o Windows 10 em processadores ARM já estão a caminho do mercado, com previsão de apresentação no último trimestre deste ano.
Mas qual é a vantagem? A descrição da apresentação, que mostra o Windows 10 rodando em um Snapdragon 835 da Qualcomm (o processador do Galaxy S8) define. “Pela primeira vez, nossos usuários poderão experimentar o Windows que eles conhecem com todos os apps e periféricos de que eles precisam em um PC celular móvel, eficiente e sempre conectado”, diz o texto. Assim, estes computadores podem não ser superpoderosos, mas eles serão leves, portáteis, altamente conectados e (possivelmente) baratos, aproveitando a alta eficiência energética dos processadores ARM, que foi um dos trunfos que fizeram com que a arquitetura vencesse a corrida contra o x86 da Intel no mundo dos smartphones.
No vídeo de demonstração, Hari Pulapaka, executivo da Microsoft, mostra alguns aplicativos da empresa funcionando sem problemas; em seguida, apresenta a versão x86 do 7-zip funcionando normalmente. A promessa é que os apps emulados devem apresentar desempenho muito próximo do nativo.
E o importante é que todo o processo de rodar programas emulados é simples, como se fosse um software normal rodando no Windows normal, sem qualquer etapa extra. A ideia é justamente essa: se você comprar um computador com processador Qualcomm, Intel ou AMD, nenhum usuário deve sentir diferença.
Você pode conferir o vídeo da apresentação do recurso abaixo (em inglês):