Microsoft quer usar Inteligência Artificial contra o Aedes aegypti

A companhia anunciou uma parceria com a World Mosquito Program para utilizar ferramentas tecnológicas contra o mosquito responsável por espalhar a dengue, zika, febre amarela e chikungunya
Renato Mota16/01/2020 18h25

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Liberar em áreas de risco amostras de Aedes aegypti estéreis é uma das formas de combater o avanço das doenças transmitidas pelo mosquito, como dengue, zika, febre amarela e chikungunya. Mas essa luta sempre pode contar com uma ajuda a mais, e a Microsoft anunciou que irá investir tecnologia na campanha.

Através da Microsoft AI for Earth, a companhia pretende contribuir com dados, aprendizado de máquina, inteligência artificial (IA) e poder computacional da nuvem com o trabalho do World Mosquito Program, um consórcio de pesquisa sem fins lucrativos com sede no Vietnã.

O projeto cria mosquitos com células infundidas com a bactéria Wolbachia, que limita a replicação dos vírus. Os insetos então são liberas no ambiente para acasalar com mosquitos locais. Esse cruzamento espalha a bactéria por toda a população e neutraliza sua capacidade de transmitir doenças.

Cerca de 40% da população mundial – aproximadamente de 3 bilhões de pessoas em 100 países – vivem em comunidades de risco. Pesquisadores estão reunindo dados detalhados para criar um modelo preditivo de aprendizado que determinará os melhores pontos de liberação dos mosquitos com Wolbachia em qualquer lugar do mundo.

A Microsoft que ajudar a turbinar esse modelo com o uso de Inteligência Artificial.  “Essas pessoas dependem da velocidade e escala de como fazem suas análises de dados. A IA faz o melhor quando simplesmente desaparece em segundo plano e permite que as pessoas continuem com a tarefa em mãos”, afirma Lucas Joppa, diretor de meio ambiente da Microsoft.

A empresa está desenvolvendo o aprendizado de máquina para o modelo de IA que será usado pela World Mosquito Program. Ele acessará os registros de pontos de liberação existentes do projeto, bem como muitos outros conjuntos de dados sobre densidades populacionais humanas, uso da terra, locais industriais, clima e outras variáveis. As imagens de satélite farão parte do mapeamento de grandes áreas urbanas com precisão estratégica.

“O World Mosquito Program começou com o objetivo de descobrir como atacar um problema. Nesse caso, eles descobriram como neutralizar a capacidade de transmitir doenças dos mosquitos. Então eles descobriram onde precisavam liberar esses mosquitos”, explica Joppa. “Eles começaram a coletar toneladas de dados, e isso se tornou um problema. É aqui que entra o aprendizado de máquina. Ele permite que você pegue todas essas informações, abstraia para uma única estimativa de probabilidade e mapeie-as”, completa o executivo.

Editor(a)

Renato Mota é editor(a) no Olhar Digital