Desde a chegada do Windows 10, já se sabe, e a Microsoft não esconde, que o sistema coleta dados dos usuários. A questão até hoje era saber exatamente o que estava sendo coletado, mas a empresa decidiu alterar isso publicando pela primeira vez um documento que detalha que tipo de informação é enviada para os servidores da companhia.

Com o Creators Update, que será distribuído a partir da próxima semana, o Windows 10 também deve ganhar novos controles para que o usuário possa fazer ajustes sobre o que pode ou não ser coletado para diagnóstico. As opções vão variar entre os níveis “básico” e “completo” de envio de informações para a Microsoft.

“Nossas equipes trabalharam desde a atualização de aniversário para reavaliar quais dados são estritamente necessários no nível básico para manter os dispositivos com Windows 10 atualizados e seguros. Como resultado, nós reduzimos o número de eventos coletados e reduzimos pela metade o volume de dados coletados no nível básico”, afirma Terry Myerson, vice-presidente da Microsoft, em publicação no blog oficial da empresa. Além disso, a companhia também vai fornecer aos usuários um resumo que distingue o que é coletado no nível básico e no nível completo.

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O sistema operacional tem sido acusado de invadir a privacidade de seus usuários com o nível de informações que são coletadas. O Windows 10 já foi acusado até mesmo de ter um keylogger nativo, que estaria recolhendo e guardando tudo que o usuário digita em seu teclado. Vários dos temores em relação ao sistema são infundados, mas não deixam de ser uma mancha sobre a reputação da Microsoft, que tem governos do mundo todo como clientes, e eles demandam o máximo de cuidado possível com seus dados.

A posição de vários países europeus talvez tenha sido o motor para que a empresa tornasse um pouco mais claro o que ela está ou não está coletando. A França chegou a ordenar que a empresa parasse de monitorar seus usuários; ativistas da União Europeia também alegaram que as alterações no Creators Update não são o suficiente. Enquanto isso, a Electronic Frontier Foundation chegou inclusive a afirmar que a Microsoft simplesmente desrespeita e ignora as opções do usuário no que tange a privacidade.

Com o anúncio desta quarta-feira, a Microsoft afirma que divulgará ainda mais informações em breve, para garantir que o sistema operacional esteja compatível com a Regulação Geral de Proteção de Dados da União Europeia. 

[The Verge]