Dezembro já começou, e 2017 se aproxima. No entanto, a Microsoft já está pensando um pouco mais à frente; mais especificamente, 10 anos no futuro. A empresa consultou mulheres de sua divisão de pesquisas para estabelecer quais serão os avanços que a tecnologia verá até 2027.
A principal previsão é que a barra de buscas como conhecemos hoje vai desaparecer. Segundo Susan Dumais, cientista e diretora dos laboratórios da empresa em Redmond, as técnicas de aprendizado profundo já melhorarão os resultados de pesquisas na web no ano que vem. No entanto, em 10 anos, as coisas serão muito diferentes, com a barra de busca dando lugar a algo muito mais difuso e presente, incorporado e sensível a contexto.
Essa mudança passa por buscas ativadas por voz, usando tanto a tecnologia móvel quanto os dispositivos de uma casa conectada, permitindo também procurar por som, imagens e vídeo, e levando em consideração também a localização, personalidade e atividades do usuário.
As previsões da Microsoft não seriam boas notícias para o Google se a empresa continuasse como é hoje. Considerando que o buscador é a parte mais importante da companhia, isso forçaria algumas mudanças de sua parte para continuar sendo o gigante que é hoje.
No entanto, o Google parece ter a mesma visão de futuro, e já está se movimentando. É possível perceber que a empresa tem se esforçado para ir além das barras de busca. Recentemente, foi lançado o Google Home, que é um primeiro passo das buscas ativadas por voz em uma casa conectada. Ao mesmo tempo, a companhia faz um grande esforço com o Google Assistant, que tem como objetivo facilitar as buscas mobile sem depender da tradicional barra de pesquisa, usando como interface uma inteligência artificial capaz de resumir o conteúdo pesquisado e apresentar resultados de uma forma condensada.
A julgar pelos atuais esforços do Google, a Microsoft parece sair atrás em sua própria visão de futuro. Afinal de contas, a empresa do Windows ainda não apresentou sua alternativa de buscas por voz em uma casa conectada, enquanto até a Amazon tem uma ferramenta como o Echo, que se aproveita da assistente Alexa. Já a Cortana ainda é limitada aos PCs com Windows 10 e aos celulares com o sistema da empresa, que são pouquíssimos.
Há, no entanto, a expectativa de que nos próximos meses a Microsoft apresente o especulado Home Hub. Trata-se de um software que transformaria os PCs em centrais de automação doméstica, capaz de competir com o Google Home ou o Amazon Echo, com a vantagem de usar o próprio computador do usuário sem precisar comprar algum equipamento adicional, aproveitando a grande base instalada de PCs Windows e com a vantagem de contar com uma tela. Isso seria um grande salto da companhia na direção de sua visão de futuro, mas, neste momento, esta tecnologia ainda não existe, colocando a companhia atrás da concorrência.