No final dos anos 90, a Microsoft criou um dos maiores sistemas de armazenamento do mundo, o TerraServer. Para provar a sua grande capacidade (1 terabyte de armazenamento), a empresa colocou à disposição do público uma série de imagens de satélite do planeta. O ano era 1997 e o Google nem sonhava com o Google Earth – lançado em 2001.
A ferramenta foi a primeira a disponibilizar publicamente um mapa de satélite interativo. A ideia era simples: deixar as pessoas visualizarem suas casas do espaço.”A primeira demo que fiz, cortou a casa de Bill Gates ao meio, o que não foi muito bom. Durante o primeiro ano de funcionamento, recebi cerca e 20 mil e-mails, a maior parte deles dizendo duas coisas: ‘Eu amo o TerraServer, vi minha casa’, ou ‘Eu odeio o Terra Server, não vi minha casa'”, conta Tom Barclay, que comandava o projeto na época.
Ele explica que, desde o início, a ideia era construir o maior banco de dados do mundo. À princípio, a Microsoft sugeriu listar todas as transações da história da bolsa de Nova York e torná-las pesquisáveis, mas a tarefa consumiu somente meio terabyte de dados. A empresa precisava de algo maior.
Surgiu então a ideia de ‘mapear’ o país pela internet. Depois de algumas tentativas, Barclay sugeriu com a idéia de criação de imagens “mosaico”, geradas automaticamente com base na parte do mapa que o usuário clicasse. “Não quero parecer arrogante, mas é incrível a semelhança entre o que fizemos e as tecnologias atuais”, comenta Barclay.
Apesar de estar à frente, a companhia não enxergou o potencial da ferramenta e acabou encerranto o projeto. “Foi algo que fizemos para mostrar que nosso software poderia fazer, mas a empresa não se importava com a informação. O Google era uma empresa de informação, em primeiro lugar. Eles viram o valor desses dados”, explica. O TerraServer deixou de funcionar em 2007.
Via Motherboard