Quarenta anos com pele de 20… E micróbios de 38. Não tem jeito, por mais skincare que você faça, ou apele para as cirurgias plásticas, a fauna que habita a sua pele ainda entrega a sua idade, conforme afirma estudo publicado na revista científica mSystems.
Pesquisadores da Universidade da Califórnia, San Diego (UCSD) e da IBM criaram uma ferramenta preditiva baseada no aprendizado de máquina que pode estimar sua idade dentro de quatro anos com base nas porcentagens das várias populações de micróbios da sua pele.
O microbioma humano compreende trilhões de formas de vida unicelulares, que habitam a pele, a boca, as vias nasais e pulmonares, as vias intestinais e todos os outros cantos e recantos dentro de nós. No entanto, os tipos de micróbios são distintos de região do corpo para região. O microbioma da pele forma uma camada protetora contra bactérias invasoras e prejudiciais, já o do intestino ajuda o corpo a digerir os alimentos, absorver nutrientes e regular o sistema imunológico.
Porém, quando essa relação simbiótica dá errado, por razões ainda não totalmente compreendidas, condições como diabetes, doenças inflamatórias intestinais e câncer podem se desenvolver. Alguns pesquisadores sugerem que o envelhecimento em si, e as doenças que geralmente o acompanham, podem ser o resultado da mudança do cenário do microbioma.
No novo estudo, os pesquisadores examinaram micróbios em quase 10 mil amostras retiradas da pele, boca ou intestino para ver quais seriam os melhores preditores da idade cronológica dos doadores. As amostras de pele forneceram a previsão de idade mais precisa, estimando corretamente em 3,8 anos, em comparação com 4,5 anos para uma amostra oral e 11,5 anos para uma amostra intestinal.
Essa essa ferramenta pode levar a uma melhor compreensão do papel que os micróbios desempenham na possível aceleração ou desaceleração do processo de envelhecimento e na influência de doenças relacionadas à idade. Conhecer o papel que todas as regiões do microbioma desempenham no envelhecimento pode ajudar os pesquisadores a entender melhor o risco de uma pessoa para doenças relacionadas à idade.
“Essa nova capacidade de correlacionar micróbios com a nos permitirá testar melhor possíveis intervenções terapêuticas direcionadas a microbiomas”, explica Zhenjiang Zech Xu, que co-liderou o estudo. Por exemplo, saber que uma pessoa de 40 anos tem um microbioma intestinal ou cutâneo semelhante ao de uma pessoa de 60 anos pode alertar os médicos sobre uma doença subjacente.
Via: Live Science