O mercado de computadores no Brasil não manteve a curva de crescimento dos primeiros meses do ano e fechou o terceiro trimestre com alta de apenas 0,5% em relação ao mesmo período de 2017. Além disso, tivemos uma queda de 3% em relação ao segundo trimestre. As informações são da IDC Brasil, empresa líder em inteligência de mercado, serviços de consultoria e conferências com as indústrias de tecnologia da informação e telecomunicações.

Segundo o estudo IDC Brazil PCs Tracker Q3em julho, agosto e setembro foram vendidos 1,3 milhão de computadores, contra, respectivamente, 1,34 milhão e 1,41 milhão vendidos no primeiro e segundo trimestre de 2018. O que se manteve foi a preferência por notebooks. Do volume de computadores vendidos no terceiro trimestre, 935 mil foram notebooks e 425 mil foram desktops.

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Eleições interferiram nos resultados

“A pausa no movimento do governo devido às eleições já era esperada, se concretizou e impactou no resultado. Os preços também subiram neste período por conta do dólar”, justifica Wellington La Falce, analista de pesquisa da IDC Brasil. Segundo ele, o ticket médio dos notebooks, por exemplo, aumentou 20% passando de R$ 2.404 em 2017 para R$ 2.877 em 2018, e os desktops tiveram alta de 7%, passando de R$ 2.121 no ano passado para R$ 2.274 no terceiro trimestre de 2018.

“O consumidor brasileiro é bem sensível a preço e certamente essa alta pesou em suas decisões de compra, impactando o movimento do varejo”, diz La Falce. O analista da IDC lembra ainda que, este ano, não houve o recurso extra das contas inativas do FGTS. “Em 2017, muitos consumidores usaram esse dinheiro para renovar suas máquinas ou fazer sua primeira compra”, diz. Além disso, completa La Falce, “o consumidor brasileiro está mais maduro, pesquisa bastante e preferiu aguardar uma época melhor, como no quarto trimestre, quando acontece a Black Friday”.

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O reflexo desse comportamento foi sentido no varejo, que respondeu pela venda de 859 mil máquinas. Já o mercado corporativo ficou responsável pela venda de 508 mil unidades. “As empresas continuaram trocando seus parques de desktops para notebooks, porque estão acompanhando a tendência do home-office e a necessidade de mobilidade do funcionário. Como essas máquinas já estão consolidadas no varejo, agora é a vez das empresas fazerem a substituição”, conta La Falce.

Em termos de receita, segundo o estudo da IDC, a venda de computadores no terceiro trimestre de 2018 movimentou R$ 3,7 bilhões, 17% a mais do que o terceiro trimestre de 2017, sendo R$ 2,7 bilhões de notebooks e R$ 936 milhões de desktops. O varejo vendeu R$ 2,2 bilhões e o mercado corporativo R$ 1,5 bilhão.

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Para o quarto trimestre, a IDC Brasil projeta uma expectativa de vendas de 1,4 milhão de computadores, o que é uma retração de 4,5% em relação ao mesmo período de 2017. Segundo a IDC, a queda mais acentuada será no segmento de desktops, com 14%.