Tudo indica que o Google anda fugindo de novos problemas envolvendo supostas práticas anticompetitivas. Após as acusações do rival DuckDuckGo na última sexta-feira, 20, a empresa decidiu esclarecer a polêmica envolvendo o domínio “duck.com”. Desde sábado, 21, a gigante oferece links para que o internauta possa acessar o buscador rival.
Para quem não se lembra, a DuckDuckGo publicou tuítes na última semana acusando o Google de criar barreiras para sua extensão no Chrome e de comprar o domínio “Duck.com” em uma tentativa de confundir os usuários do buscador focado em privacidade. Os questionamentos logo chamaram a atenção do vice-presidente do Google, Rob Shilkin, que também explicou a polêmica no Twitter.
“Eu dei uma olhada nisso. Nós compramos o duck.com como parte da On2 (antiga Duck Corporation) em 2010, daí o direcionamento. Para ajudar quaisquer internautas perdidos, nós mudamos o redirecionamento e adicionamos links. Obrigado pelo alerta”, publicou Rob Shilkin. Ou seja, o domínio era pertencente de uma empresa comprada pelo Google e, por consequência, gerava redirecionamento para o seu buscador.
i looked into this. we acquired https://t.co/tNEmrTMysy as part of On2 (ex Duck Corporation) in 2010, hence redirected. to help any lost anatine navigators, we’ve now changed the redirect and added links. tks for the flags. Quack on.🦆 pic.twitter.com/JPkRazlthq
— Rob Shilkin (@robshilkin) 20 de julho de 2018
Agora, ao entrar no domínio duck.com, o internauta verá três caminhos diferentes: acessar o site “ducks.com” (com redirecionamento para Bass Pro Shops), entrar no buscador DuckDuckGo ou visitar o artigo sobre patos (Ducks, em inglês) na Wikipédia. A mudança agradou o CEO do DuckDuckGo, Gabriel Weinberg, que perguntou se o Google venderia o domínio para a empresa. Não houve respostas.
O CEO do DuckDuckGo, porém, deu mais detalhes sobre o possível boicote do serviço no Chrome. Segundo ele, o Google inclui outros mecanismos de buscas menores como o Ask e o Aol no navegador, mas ignora o DuckDuckGo que é o quarto mais usado dos Estados Unidos. Além disso, Gabriel Weinberg também destacou que o seu site também é excluído dos relatórios do Google Analytics.
Na última quarta-feira, 18, o Google foi multado em mais de 4 bilhões de euros pela União Europeia por práticas anticompetitivas no Android. Os legisladores do bloco acusam a gigante de buscas de forçar a instalação de seus apps e serviços na plataforma. Em resposta, a companhia afirmou que pode passar a cobrar pelo sistema por causa da decisão.