As sanções impostas pelo governo dos EUA estão apertando o cerco contra a Huawei, e podem tornar impossível para a empresa continuar fabricando smartphones. Tudo por causa da falta de um componente crucial: processadores.

Recapitulando: em maio passado o presidente dos EUA, Donald Trump, aprovou sanções que impediam que empresas norte-americanas fizessem negócios com a Huawei, alegando que a empresa estaria sendo usada pelo governo chinês para espionar os EUA.

Foi por este motivo que a Huawei ficou impossibilitada de embarcar os serviços do Google (como a Play Store, Maps, YouTube, etc) em seus smartphones, colocando os produtos da empresa em desvantagem contra os concorrentes no mercado internacional. Afinal, um celular Android “sem Google” é muito menos interessante, por mais sofisticado que seja o hardware.

As sanções também impedem empresas como a Qualcomm de vender processadores para a Huawei. O que inicialmente não foi visto como um grande problema, pois a Huawei projeta seus próprios processadores, a família Kirin. Além disso, a empresa empreendeu um esforço para substituir componentes feitos nos EUA por produtos de fornecedoras européias e asiáticas em seus novos produtos.

Entretanto, novas sanções impostas em maio deste ano impedem que empresas que usam software ou tecnologia originária dos EUA de fazer negócios com a Huawei a partir de 15 de setembro, sob risco de serem penalizadas pelo governo norte-americano. Isso inclui a TSMC, empresa de Taiwan que produz os processadores Kirin para a Huawei.

Com isso o CEO da divisão de eletrônicos de consumo da empresa, Yu Chengdong, disse que a linha de chipsets Kirin “não poderá mais ser fabricada” depois de 15 de setembro, e que o Mate 40 será o último aparelho da empresa equipado com chips da linha.

A Huawei tinha uma alternativa: usar processadores da MediaTek, fabricante sediada em Taiwan. Entretanto, a MediaTek também usa tecnologia dos EUA para produzir seus processadores, e portanto não pode vender para a Huawei.

Segundo a Reuters, a MediaTek solicitou ao governo dos EUA permissão especial para continuar fornecendo produtos à Huawei. E de acordo com o South China Morning Post, citando informações da mídia chinesa, a MediaTek teria firmado um acordo para fornecer 120 milhões de chips à empresa, incluindo 30 milhões de chips com suporte a 5G que não poderão ser entregues devido às novas sanções.

Fonte: Gizmochina