Hong Kong está vivendo uma série de manifestações populares contra uma polêmica lei de extradição que permitiria que cidadãos fossem presos e enviados para julgamento na China em casos de crimes contra o estado. As manifestações tem atraído a atenção da mídia internacional mas são praticamente desconhecidas na China, já que o governo Chinês vem trabalhando ativamente para censurar quaquer menção a elas.
Agora, os manifestantes encontraram uma forma engenhosa de divulgar sua causa: eles usam o AirDrop, recurso dos iPhones que permite o compartilhamento fácil de arquivos via Bluetooth, para entregar a turistas chineses em locais de grande aglomeração “panfletos digitais” explicando o movimento.
Getting lots of airdrop request for flyers spreading information about the hk protests in simplified Chinese
“Hope your have a pleasant journey and feel the freedom of assembly along the way. The tiny space for freedom is the reason why we fight.” pic.twitter.com/aaOAba5DwN— Aria Hangyu Chen 陳航宇 (@ariahychen) 7 de julho de 2019
Os panfletos, escritos em Chinês Simplificado (a variante do idioma usado na China continental), também contém informações sobre o massacre na Praça da Paz Celestial (Tianamen Square) em 1989, sobre a morte de bebês chineses por causa de leite em pó adulterado e outros assuntos censurados pelo governo chinês.
Um manifestante chegou a criar um QR Code que simula a aparência de um “envelope vermelho” do WeChat, uma forma de presentear alguém com dinheiro usando o app. Mas ao escanear o código, o que o usuário recebe é um panfleto explicando porque é necessário se opor à lei de extradição.
Cheekiest airdrop of Sunday’s protest may have been QR codes which look like WeChat red packets. But once you scan them – instead of getting free money – you get information about why opposing the extradition law will protect any assets you have in Hong Kong pic.twitter.com/5vc0wMveTO
— Sue-Lin Wong 黄淑ç³ (@suelinwong) 7 de julho de 2019
Hong Kong foi uma colônia do Império Britânico até o ano 2000, quando foi devolvida ao governo chinês. À época, o governo chinês prometeu respeitar os direitos dos cidadãos e o sistema democrático e capitalista da província, que tem suas próprias leis. Entretanto, nos últimos anos vários esforços vem sendo feitos para “integrá-la” ao governo central, muitos deles contra a vontade da população local.
Fonte: QZ