Após ter sido bloqueado na Rússia (em meio a uma operação que derrubou parte da internet no país), o Telegram foi bloqueado em mais um país nesta semana. Desta vez, foi o Irã que determinou que cidadãos percam acesso ao app de mensagens rival do WhatsApp.

Provedoras de internet iranianas receberam uma ordem judicial no último domingo, 29, para que o Telegram fosse bloqueado em todo o país por não ter colaborado com investigações. A empresa por trás do app diz que a decisão afeta 40 milhões de pessoas.

A informação foi divulgada por uma TV estatal e repercutida pela agência de notícias Reuters. Segundo esta, a Justiça determinou que o Telegram liberasse acesso a conversas de usuários que estavam usando o app para organizar protestos contra o governo.

O Telegram se negou a entregar as informações e foi banido. A explicação oficial é de que o aplicativo ajudou a espalhar “propaganda política contra o sistema, atividades terroristas, mentiras para influenciar a opinião pública, protestos contra o governo e pornografia”.

Além disso, o Telegram perdeu a licença para operar no país, segundo uma decisão da TIC, provedora estatal de acesso à internet no Irã. De acordo com a rede árabe Al Jazeera, o governo iraniano chegou a sugerir uma outra opção de app de mensagens para os cidadãos.

O novo app, lançado nesta semana, se chama Soroush e foi criado no Irã com o apoio do governo, que afirma que ele tem todos os mesmos recursos do Telegram. Isso inclui pacotes de stickers, entre eles um que mostra mulheres carregando cartazes em que se lê “Morte à América”.

Não é a primeira vez que o Telegram é bloqueado no Irã. No começo do ano, o app foi suspenso juntamente com o Instagram para evitar que ambos fossem usados na organização de protestos contra o governo.