O maestro João Carlos Martins é um dos músicos brasileiros mais reconhecidos. Antes de começar a reger orquestras, porém, ele era um grande pianista. Após uma queda em um jogo de futebol em 1965 e uma pancada sofrida em um assalto algum tempo depois, ficou com sequelas em suas mãos. Com muita dedicação, aprendeu a tocar o instrumento usando apenas os dedões. Após uma cirurgia no ano passado, porém, ele ficou impossibilitado de tocar até mesmo dessa forma.
Até que, uma semana atrás, o maestro postou um vídeo em seu Instagram bastante emocionado, tocando novamente o piano. Isso foi possível graças a uma luva que João Carlos Martins utilizou. Quem pensa que o equipamento custa uma fortuna, porém, se enganou. As Luvas Extensoras Biônicas (LEB), são invenção do brasileiro Ubiratan Bizarro Costa, o Bira, e custam apenas R$ 749 no site oficial. O par sai por R$ 1.348.
Em entrevista ao Uol, Bira afirma que o produto tem um custo de R$ 500 para ser produzido. São usados neoprene, hastes de aço mola e uma placa de fibra de carbono e, com uma produção em larga escala, é possível tornar o produto ainda mais barato. Isso porque ela é feita com o mínimo de peças possível, de maneira bastante simples e acessível.
O seu funcionamento também segue a mesma linha. As hastes ficam presas sobre o dele e funcionam como mola. Quando o usuário fecha ou abaixa o dedo, essas hastes puxam de volta para a posição normal, deixando-o pronto para flexionar novamente. “Eu não sei te explicar, mas essa engrenagem fez com que, ao dedilhar o piano, meus dedos fossem e voltassem à posição normal. Antes, minhas mãos ficavam sempre fechadas”, afirmou o maestro em entrevista à Folha.
E, apesar de João Carlos Martins considerar as luvas quase como um milagre, elas foram feitas pensando exatamente nele. Após assistir uma reportagem sobre a última vez que o maestro tocaria o piano, Bira imaginou ser possível desenvolver o equipamento. A versão utilizada no vídeo foi a terceira, e finalmente conseguiu devolver o movimento das mãos do músico. Com a venda, poderá fazer o mesmo por outras pessoas.
Via: Uol