Em outubro, um tribunal português decidiu que o Google deveria parar de marcar como inseguro e de remover automaticamente aplicativos Android que não pertencessem à Play Store. Uma campanha da Aptoide, plataforma aberta para distribuição de apps (e, de certa forma, concorrente do Google), pede que a empresa “jogue limpo”.

O impacto do bloqueio e da eliminação da Aptoide pelo Play Protect foi muito alto. Seu CEO, Paulo Trezentos, informa que o número de usuários caiu de 222 milhões, em 2018, para 56 milhões em maio deste ano.

A campanha da Aptoide tem uma página na web que explica a postura da companhia. No texto, a empresa afirma que os aplicativos são seguros e que o Google nega a liberdade dos usuários de escolher outras lojas de apps. A maior briga é a detecção do Aptoide como um software malicioso pelo Play Protect.

Atualmente, quando se tenta baixar o Aptoide, o Google oferece duas opções: manter ou desinstalar, além de marcar como “não seguro”. O problema é que, mesmo que se escolha mantê-lo, é preciso fazer as configurações do Play Protect manualmente e desligar completamente as análises do mecanismo de segurança. Isso faz que o dispositivo fique vulnerável a outras ameaças.

A Aptoide afirma que seu aplicativo é seguro, segundo estudos de uma universidade japonesa e a Virus Total — que, curiosamente, é propriedade do Google. Para Trezentos, o Google usa seu controle sobre o sistema operacional para bloquear a concorrência, o que prejudica tanto os usuários quanto os desenvolvedores (que pagam 30% de seus lucros à empresa, em comparação com 10% da Aptoide).

E parece que o drama está longe de ser resolvido. Entre as demandas do Aptoide estão, primeiramente, que o aplicativo pare de ser vítima do Play Protect e, em segundo lugar, que usuários e desenvolvedores possam escolher sua loja favorita no Android.

Via: Xataka Android