Linux completa 25 anos de existência maior e mais profissional do que nunca

Renato Santino25/08/2016 17h31, atualizada em 25/08/2016 17h40

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O aniversariante do dia é o Linux. O sistema operacional foi criado há exatamente 25 anos, no dia 25 de agosto de 1991, quando Linus Torvalds, um cientista da computação, decidiu anunciar um novo projeto em uma plataforma online, para criar um sistema livre e aberto.

“Estou criando um sistema operacional (livre)”, disse ele a um grupo de usuários do sistema Minix, insistindo que seu projeto seria apenas um hobby e que não seria nada “grande ou profissional como o GNU”. Na ocasião, ele afirmou que gostaria dos comentários e opiniões sobre o que as pessoas gostavam e desgostavam no Minix “já que meu SO se assemelha bastante em layout físico do sistema de arquivos entre outras coisas”.

De lá para cá, Torvalds ignorou sumariamente a proposta inicial de seu projeto. O Linux se tornou grande, enorme, e altamente profissional, com uma comunidade gigantesca ao redor do mundo pronta para colaborar com a melhoria do ecossistema, com milhares de distribuições diferentes dedicadas a realizar funções distintas.

No entanto, Torvalds não deve receber os créditos de sua criação sozinho, já que a história do sistema começa um pouco antes, em 1969, com a criação do Unix no Bell Labs da empresa americana AT&T. A companhia controlava a sua distribuição e só disponibilizava o software em computadores de alto desempenho.

Em 1984, Richard Stallman começou a criar um clone do Unix chamado GNU (cujo acrônimo significa “GNU is not Unix”). Em 1991, ele e seu grupo já haviam basicamente reescrito todo o Unix, mas ainda não haviam criado o núcleo do sistema operacional, o kernel, a parte fundamental do sistema que faz com que os comandos de hardware sejam traduzidos em algo que o software possa compreender, entre outras funções. Torvalds criou este kernel, que é a base de todos os sistemas baseados em Linux, como é o caso do Android.

Em busca da dominação global

O Linux nunca se tornou a grande potência em PCs que poderia ter sido, com cerca de 1% do mercado global de computadores pessoais, e muito disso se deve às próprias falhas do sistema. O software nunca foi capaz de replicar a simplicidade do Windows e do Mac OS, pelo menos na visão do público comum, normalmente leigo, que sempre viu o Linux como “coisa de hacker”. Mesmo as distros mais simplificadas nunca convenceram.

Mas a falta de popularidade em desktops e laptops é compensada quando lembramos que o Linux é a base do Android, do Google. O sistema operacional móvel é disparado o mais popular do planeta, justamente pelo fato de ser flexível e adaptável a uma gama gigantesca de hardwares, o que faz com que ele esteja disponível em celulares altamente baratos e acessíveis, e também em smartphones de altíssimo desempenho e refinamento estético. O sucesso do Android fez com que ele também começasse a ser portado para outros aparelhos: tablets, relógios, internet das coisas e até mesmo para laptops, como é o caso do Remix OS.

A web também tem muito a agradecer ao Linux, já que de acordo com estudos da W3Techs, 67% dos servidores web são mantidos por sistemas Unix ou similares, e a maioria absoluta é Linux.

Até mesmo a Microsoft, inimiga de longa data do software livre, já se rendeu aos benefícios do Linux, e passou a permiti-lo em seu serviço de computação em nuvem, o Azure. De fato, pelo menos 33% dos clientes da Microsoft utilizam o Linux em vez do Windows no Azure. A própria companhia já chegou a abraçar o Linux para sustentar algumas partes do próprio Azure, e fechou uma parceria com a Canonical (que desenvolve o Ubuntu) para fazer com que fosse mais fácil para os programadores construírem aplicações Linux no Windows, com a implementação do shell Bash.

Via Wired

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital