Licenciamento da GPT-3 pela Microsoft atrai críticas de Elon Musk

Tecnologia empresa inteligência artificial para redigir textos completos e foi criada pela OpenAI, uma iniciativa que Musk fundou: o executivo crê que acordo exclusivo elimina o propósito da empresa
Rafael Arbulu25/09/2020 17h56, atualizada em 25/09/2020 18h15

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A Microsoft firmou um acordo que lhe conferiu o licenciamento exclusivo da tecnologia GPT-3, que usa inteligência artificial (IA) para escrever textos noticiosos e técnicos com altíssima precisão. A GPT-3 é uma invenção da OpenAI, uma iniciativa de pesquisa e desenvolvimento aberto de ferramentas de IA onde um dos fundadores é o CEO da Tesla, Neuralink e SpaceX, Elon Musk – e ele não ficou nada feliz com esse contrato.

Por meio de seu perfil no Twitter, Musk deixou claro seu descontentamento com a novidade. Segundo ele, um acordo de licenciamento exclusivo destrói o propósito da OpenAI, que foi concebida com a ideia de ser aberta e disponível a todos: “Isso faz parecer que se trata do oposto de ‘aberto’”, disse o executivo. “A OpenAI foi essencialmente capturada pela Microsoft.”

O tuíte do CEO encontrou certo volume de apoio entre internautas que acompanhavam o assunto, porém a Microsoft, que anunciou a parceria na última quinta-feira (24) já esclareceu que não pretende impedir o uso da GPT-3 por outras empresas: “[O que nós buscamos] é alavancar suas inovações tecnológicas para desenvolver e entregar soluções de Ia para nossos clientes, além de criar novos recursos que façam uso do grande poder da geração natural avançada de linguagem”, disse Kevin Scott, CTO da empresa.

Reprodução

Tecnologia GPT-3 empresa inteligência artificial na redação de textos com precisão ímpar, tendo enganado até mesmo usuários humanos. Imagem: Reprodução

A Microsoft não esclareceu quais exatamente seriam essas aplicações comerciais, mas é possível tentar adivinhar: desde 2018, a empresa vem investindo em geração de conteúdo por meio da inteligência artificial, culminando, em junho de 2020, na demissão de dezenas de jornalistas de seu quadro de funcionários e a adoção de um sistema automatizado de geração de notícias. Hoje, ainda há força humana alimentando canais como o Microsoft News (ainda referido por muitos como “MSN”), mas dada a natureza da GPT-3, não seria estranho a empresa empregá-la nessa como uma de suas finalidades.

Quanto ao acesso à GPT-3 por terceiros, a Microsoft disse em um post no blog oficial que isso continuaria acontecendo por meio de sua API, e a própria OpenAI também emitiu comunicado, assegurando a continuidade do uso aberto da tecnologia “para usuários atuais e futuros”.

Fonte: Business Insider / Microsoft / OpenAI

Colaboração para o Olhar Digital

Rafael Arbulu é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital