O LG G6 aproveitou a ausência da Samsung na MWC para se tornar o grande destaque entre os tops de linha do momento. Sem Galaxy S8, o aparelho da LG é o que há de mais novo nessa faixa de mercado, o que teoricamente garantiria a ele a posição de “melhor do momento”. Mas será que é isso mesmo?
O Olhar Digital resolveu compará-lo com outros aparelhos da faixa superior dos smartphones que já estão no mercado atualmente, como o Galaxy S7 Edge, que é o principal top de linha Android no Brasil, o Moto Z e o Zenfone 3 Deluxe.
Desempenho
O LG G6 tem um problema. O celular é novo, mas ele é comparável em desempenho a alguns celulares de 2016 pelo fato de sair de fábrica com o processador Snapdragon 821, enquanto a Qualcomm já tem o chipset Snapdragon 835 engatilhado. O motivo para tal aposta é curioso: os rumores dizem que a Samsung monopolizou as peças visando o Galaxy S8, o que forçou algumas concorrentes a seguirem com um componente do ano passado, embora a informação não seja confirmada. Com 4 GB de memória RAM, o aparelho não traz muito em termos de desempenho em comparação com os smartphones de 2016.
O exemplo de como poucas coisas mudaram é o Zenfone 3 Deluxe, da Asus, que tem exatamente o mesmo processador e mais memória RAM, com 6 GB. O aparelho é bastante caro, é verdade, mas está no mercado há mais tempo e tem configurações similares ou melhores.
O Moto Z também é bastante parecido com o G6, mas, em vez de trazer um processador Snapdragon 821, o chipset é o Snadragon 820. Os mesmos 4 GB de memória RAM estão embarcados, tornando a diferença de desempenho entre os aparelhos mínima.
Para concluir, a versão brasileira do Galaxy S7 Edge usa o processador Exynos 8890, que o torna mais poderoso do que o modelo distribuído no exterior com o Snapdragon 820. Isso faz com que o smartphone não deixe muito a desejar em comparação com o G6; o resultado pode até mesmo ser superior.
Câmera
O G6 é o único aparelho no ecossistema Android a apostar em um setup de duas câmeras traseiras, que traz algumas vantagens. São dois sensores de 13 MP, um deles associado a uma lente normal, com abertura f/1.8 e 71°, com estabilização óptica, e outro a uma lente grande angular, com f/2.4 e 125°. A lente grande angular permite capturar imagens mais amplas, enquanto a outra é mais adequada para retratos e para fotografar detalhes, e em alguns momentos as imagens das duas lentes podem ser usadas em conjunto para simular um zoom óptico.
Os outros aparelhos não têm tanta pirotecnia em suas câmeras, mas nem por isso são inferiores. O Zenfone 3 Deluxe, por exemplo, não faz feio com estabilização óptica para seu sensor de 23 megapixels e abertura de lente f/2.0.
O Moto Z, por sua vez, aposta em um sensor de 13 megapixels com uma abertura de lente um pouco maior do que a do Zenfone, com f/1.8. O aparelho também traz foco a laser e estabilização óptica.
Já o Galaxy S7 Edge tinha a melhor câmera do mercado quando foi lançado e, embora ela já possa ter sido ultrapassada de lá para cá, certamente ainda não faz feio, com abertura de lente f/1.7, que ainda é maior do que a de seus concorrentes, e sensor de 12 megapixels com estabilização óptica e recursos avançadíssimos de fotografia manual que permitem ao usuário mais experiente controlar cada detalhe de sua imagem.
Tela
Aqui são todos razoavelmente parecidos, sendo o mais diferentão da turma o LG G6, porque ele aposta em uma resolução de vídeo que não é padrão, na proporção 18:9, baseando-se no ideal de um celular quase sem bordas. Por isso, a resolução pouco usual de 2880×1440, com uma diagonal de tela de 5,7 polegadas com tecnologia LCD.
Moto Z e Galaxy S7 Edge são bem parecidos neste quesito, já que os dois modelos se apoiam em painéis de 5,5 polegadas e a mesma resolução de 2560×1440 (o famoso 2K), ao mesmo tempo em que utilizam a tecnologia Super AMOLED, que é uma tecnologia superior ao LCD, em suas telas.
Por fim, o Zenfone 3 é o smartphone de menor resolução entre os modelos citados, apostando em uma resolução menor, de 1920×1080, em um painel grande de 5,7 polegadas.
Design
O último critério mostra que o vidro voltou com força total entre os tops de linha mais recentes. Galaxy S7 Edge, Moto Z e LG G6 apostam em um acabamento envidraçado, embora o modelo da Motorola tenha sido projetado para ter a traseira coberta com uma capinha ou algum acessório snap. Todos têm suas peculiaridades, inclusive; o Edge tem as bordas curvas que se tornaram uma marca registrada da Samsung, enquanto o G6 tenta maximizar a tela para que a parte frontal do celular tenha o mínimo de borda possível.
O Zenfone 3 Deluxe é o mais normal do grupo, apostando também em outro material, o metal, como acabamento. O celular também é otimizado para ter bordas finas nas laterais, embora ainda as tenha tanto acima e abaixo da tela.