Leilão do 5G deve ocorrer só na segunda metade de 2020, indica ministério

Com o atraso, é pouco provável que operadoras possam iniciar operações antes de 2021
Renato Santino08/10/2019 00h14, atualizada em 08/10/2019 00h30

20190703060731

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) não está otimista de que será possível cumprir a previsão inicial de realizar o leilão do espectro do 5G até março de 2020. O órgão já fala abertamente que a perspectiva agora é de que o leilão só venha a acontecer no segundo semestre do ano que vem.

Existem dois elementos principais que estão travando o andamento do projeto. O primeiro é a frequência de 3,5 GHz, que pode afetar o sinal de TV por satélite, facilmente captável por antenas parabólicas. O MCTIC já declarou previamente que essa preocupação com interferência talvez só venha a ser solucionado com a migração dos canais da banda C, atualmente ocupada por eles e onde haveria competição de sinal com o 5G, para a Ku, na qual essa questão da interferência não existiria.

O segundo elemento que não permite que o leilão de 5G não aconteça mais rapidamente são as próprias operadoras. Como informou Artur Coimbra, diretor do departamento de banda larga do MCTIC, “existem empresas com estratégias comerciais e condições financeiras diferentes umas das outras. Umas têm mais interesse no leilão, e outras menos”. Na prática, algumas das empresas querem o leilão o mais rápido possível, outras preferem o seu adiamento.

Como aponta o site Mobile Time, o edital do leilão ainda está sendo analisado pelo Conselho Diretor da Anatel. Coimbra nota que a Anatel “está bastante empenhada em realizar esse leilão no segundo semestre do ano que vem”. A demora torna pouco provável o cumprimento do prazo inicial, do início de 2020, mas não está totalmente descartada a possibilidade de um leilão ainda no primeiro semestre do próximo ano.

Caso o leilão ocorresse dentro do prazo, segundo estimativa da TIM, as primeiras redes comerciais do 5G brasileiro poderiam ser ativadas em algum momento entre o final de 2020 e o início de 2021. Com o atraso, é provável que não haja como termos 5G por aqui antes de 2021.

O atraso também tem algumas implicações econômicas. Um estudo da Ericsson, fabricante de equipamentos de rede, o governo deixará de arrecadar R$ 25 bilhões se o leilão for atrasado para 2021.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital