A audiência que colocaria Apple e FBI frente a frente nesta terça-feira, 22, foi suspensa a pedido dos investigadores, que dizem ter descoberto uma forma de desbloquear o iOS sem a ajuda da companhia.
Segundo informa o The Verge, o FBI tem até 5 de abril para testar uma técnica que foi levada aos investigadores por uma pessoa até agora não revelada. Caso o esquema dê certo, a Apple não teria mais por que ser forçada a desenvolver um sistema capaz de contornar a segurança do iOS para ajudar o FBI, então todo o caso poderia ser cancelado.
O FBI vem pedindo que a Apple crie um sistema operacional alternativo com segurança prejudicada, que possa ser instalado no iPhone 5c de Sayed Farook, que cometeu um atentado no fim do ano passado. O aparelho está protegido por um código PIN, e o iOS 8 impede que o aparelho seja destravado pela via mais comum, que é a de força bruta (tentar vários códigos até que um deles esteja certo).
O iOS impõe um limite mínimo de tempo entre a digitação de cada número, o que atrapalha significativamente as tentativas de desbloqueio e ainda restringe as tentativas a apenas 10. Para piorar, ainda há o risco de que os dados guardados no iPhone sejam permanentemente destruídos após as 10 tentativas erradas em sequência.
A empresa não quer entregar esta ferramenta na mão do governo, alegando que é uma brecha que pode ser aproveitada pelo cibercrime ou para uso indevido pelo próprio governo. Além disso, a empresa se recusa a simplesmente destravar o aparelho e entregar as informações para o FBI, porque isso criaria um precedente para mais centenas de aparelhos que a empresa teria de destravar sempre que um iPhone se tornasse parte de uma investigação.
Em meio a essa confusão, o FBI protocolou, na segunda-feira, 21, um pedido de suspensão alegando que uma pessoa mostrou ser possível fazer o desbloqueio de forma independente. “Como resultado da publicidade mundial e a atenção que o caso recebeu, pessoas de fora do governo dos EUA nos contataram oferecendo vias para possíveis pesquisas”, diz o texto. John McAfee, o fundador da empresa de segurança que carrega seu sobrenome (com a qual ele não tem mais nenhum vínculo), foi uma destas pessoas.