Juiz condena motoristas embriagados a baixar Uber

Redação14/06/2017 12h35, atualizada em 14/06/2017 12h59

20151230100154

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Ser pego dirigindo depois de beber traz consequências gravíssimas em qualquer lugar. Mas o Huffington Post alega que se isso acontecer com você na cidade de Painesville, nos Estados Unidos, sua sentença pode vir com uma ordem de baixar aplicativos.

Isso porque o juiz Michael Cicconetti, da corte municipal daquela cidade, tem obrigado os condutores embriagados de sua jurisdição a baixar aplicativos de carona que operam por lá, como o Uber e o Lyft. No dia 6 de junho, uma motorista embriagada recebeu essa ordem do juiz – além, é claro, das demais punições, como perder a carteira de motorista, pagar as multas e os custos da corte e passar por um programa de prevenção.

E ele acredita que seu exemplo deve ser seguido por outros juízes. “Se você puder salvar uma pessoa de levar outra multa dessas, outra pessoa de causar um acidente, e outra pessoa de machucar alguém, isso faz sentido”, disse ele em entrevista ao News Herald, um jornal local. “Acho que juízes do país inteiro deveriam dar essa ordem”, continuou.

A ideia de Cicconetti não é impedir que as pessoas bebam ou dirijam, mas que elas misturem as duas coisas. “Anos atrás eu tivesse essa realização de que algumas pessoas (…) não vão parar de beber, e ponto. [Então] o que você deve fazer é impedir que elas bebam e dirijam”, comentou.

Sentenças incomuns

Ordenar que os réus baixem aplicativos de carona não é uma sentença comum em qualquer corte do mundo, mas também não é a primeira sentença incomum que Cicconetti aplica a alguém. Por exemplo, quando uma pessoa que havia sido acusada de ultrapassar o limite de velocidade em uma zona escolar chegou diante dele, ele ordenou que ela trabalhasse durante um turno como guarda de trânsito na frente de uma escola.

Houve também um caso em que o juiz precisou julgar uma pessoa que havia fugido sem pagar um táxi. Dessa vez, Cicconetti deu ao réu uma escolha: ele podia passar 60 dias na cadeia, ou caminhar por 48 quilômetros ao longo de 48 horas (a pessoa optou pela caminhada). Uma mulher que abandonou seus gatos também foi ordenada por ele a passar uma noite na rua. Finalmente, Cicconetti também condenou um assaltante que atacou outra pessoa com spray de pimenta a levar um jato de spray de pimenta na cara.

Todas essas sentenças têm em comum a ideia de ensinar lições de longo prazo aos infratores. “Você pode mandar alguém para a cadeia e fazer com que elas se tornem problema do xerife; elas saem e ninguém mais liga para elas. Com essas sentenças, elas ainda estão sendo analisadas, e na maioria dos casos eu elimino o registro da ofensa”, comentou. Cicconetti confia na eficiência de suas decisões: “Eu compararia a taxa de reincidência dos meus réus à de qualquer outro juiz”, diz.

Quanto aos casos de motoristas embriagados, ele acredita que trata-se de uma solução semelhante, pelo menos para o futuro próximo. “Nos próximos 20 anos, nós teremos carros autônomos de qualquer maneira, então ninguém terá que se preocupar com esse tipo de coisa.”

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital