Uma designer britânica de 24 anos criou uma alternativa ao plástico feita de restos de peixe. Batizado de MarinaTex, o material é constituído de restos de peixe descartados em aterros ou em usinas de incineração. Eles são misturados com algas vermelhas e outras coisas para finalizar o composto, de acordo com a BBC.

Um relatório das Nações Unidas aponta que 27% dos peixes que são apanhados e retirados do mar nunca são consumidos. Lucy Hughes, inventora do “plástico alternativo” que é translúcido, resistente e flexível, conduziu uma pesquisa na costa do Reino Unido e descobriu que a pele e as escamas dos peixes eram boas fontes para substituir o plástico. Segundo a criadora, o material pode ser aplicado em sacolas de supermercado e até para embrulhar sanduíches, por exemplo. 

Reprodução

Diferente de outros tipos de bioplástico, o MarinaTex biodegrada em temperaturas normais. Isso significa que ele pode ser jogado fora em composteiras. Até por isso, a invenção do material rendeu a Lucy Hughes o prêmio internacional James Dyson, direcionado a estudantes que resolvam problemas do dia a dia com suas criações. Ela derrotou 1.078 outros inscritos do mundo inteiro e ganhou 30 mil libras (cerca de R$ 164 mil).

O fundador do prêmio, o próprio James Dyson, diz que a invenção “resolve elegantemente” ao mesmo tempo os problemas de uso do plástico e de descarte de restos de peixe. Hughes, que estudou design industrial na Universidade de Sussex, no Reino Unido, ficou surpresa com a conquista: “É louco que eu tenha ganhado, especialmente com os outros inscritos com invenções realmente inovadoras que resolviam questões urgentes”.

Hughes desenvolveu o material para um projeto final de formatura e comenta que, para ela, “a sustentabilidade nunca ficou em último lugar”. Agora, depois de passar um ano trabalhando no novo material, a britânica diz que ainda está no começo: “O próximo passo de desenvolvimento é verificar como manufaturar o material em massa”.

Fonte: BBC