Para surpresa do mundo inteiro, Jony Ive não será mais parte da Apple. Após 27 anos na empresa liderando os esforços de design de seus produtos, ele abrirá sua própria empresa. Embora seu primeiro cliente seja a própria Apple, pode ser que não seja assim para sempre, então sua saída ainda é um capítulo importante da história da companhia que se encerra.

Jony Ive foi uma das principais mentes de produtos que mudaram a história da Apple, que no início dos anos 1990 se encaminhava para uma falência quase garantida. Junto com Steve Jobs, desenvolveu os iMacs e Macbooks, os iPods, iPhones e iPads que levaram a uma guinada que fez da companhia uma das mais valiosas do mundo sob qualquer métrica.

No entanto, isso não significa que Ive sempre esteve certo. Pelo contrário: há alguns produtos na história da Apple que invariavelmente nos levam a pensar “o que os designers estavam pensando?”.

Esses são os exemplos de como nem sempre Ive e sua equipe pensaram direito no design de seus produtos:

Apple USB Mouse

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Lançado em 1998, o mouse tinha um design único em formato de disco de hockey, e foi o primeiro mouse da Apple a contar com um conector USB. No entanto, ele foi universalmente rejeitado justamente pelo seu formato particular e pelo tamanho. A combinação tornava o uso desconfortável e pouco preciso, e fez com que adaptadores USB-ADB (uma porta proprietária da Apple) explodissem em popularidade, permitindo que usuários continuassem usando os mouses antigos, com formatos mais convencionais.

Apple Magic Mouse 2

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Muitos anos depois, a Apple cometeria outro erro de design ao revelar o Magic Mouse 2, que já era sem fio e contava com bateria interna, permitindo que o usuário simplesmente conectasse um cabo a ele quando a energia acabasse em vez de precisar trocar pilhas.

No entanto, a empresa colocou a entrada para o carreador do mouse na parte inferior do dispositivo. Na prática, isso significa que, para usar o mouse, você precisa virá-lo e deixar sua parte inferior para cima, para que seja possível conectar o carregador. Ou seja: você não pode usar o mouse enquanto ele carrega.

Mac Pro 2013

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O Mac Pro é o desktop de altíssimo desempenho da Apple, voltado especialmente para empresas e profissionais que precisam do máximo de poder gráfico para tarefas como modelagem 3D e edição de vídeo. É um público exigente, que paga caro e precisa de qualidade para desempenhar seu trabalho.

No entanto, a Apple decidiu inovar e apresentou o Mac Pro com um formato cilíndrico que foi imediatamente comparado a uma lata de lixo pelos fãs e imprensa de tecnologia. Mas esse não era seu maior problema: seu formato único dificultava a dissipação de calor, o que é preocupante quando estamos falando de tarefas que exigem alto desempenho, e impedia a troca de componentes, então não era possível fazer um upgrade da placa de vídeo, por exemplo.

Não à toa, a Apple voltou a um formato convencional na próxima versão do Mac Pro, que tem seus próprios problemas…

Mac Pro 2019

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Depois de anos de críticas ao design do seu último Mac Pro, a Apple decidiu voltar a lançar uma nova versão de seu desktop, e dessa vez a empresa decidiu voltar a um formato mais convencional, evitando os problemas do Mac Pro cilíndrico.

No entanto, a Apple decidiu apostar em um visual que, dessa vez, aproxima o Mac Pro de um ralador de queijo, e, novamente, as comparações foram imediatas. Pelo menos dessa vez o computador tem bastante ventilação, o que ajuda a dissipar o calor.

Bendgate

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Uma das críticas recorrentes a Jony Ive e a equipe de design da Apple é a busca incessante e a qualquer custo pelo mais fino. Quando a empresa anunciou o iPhone 6, em 2014, a empresa teve que repensar essa estratégia quando percebeu que os aparelhos começaram a entortar no bolso dos usuários, como resultado de uma liga de alumínio mais fina e frágil no corpo do aparelho, escolhida para afinar o corpo do aparelho. O problema foi corrigido no iPhone 6s.

Mais do que apenas fazer o aparelho ficar feio, a fragilidade do iPhone 6 é apontada como causador de um efeito colateral que ficou conhecido como “touch disease” ou “doença do toque”, que faz com que o aparelho tivesse dificuldade a reconhecer toques no display após algum tempo de uso. 

Notch

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Muita gente já se acostumou com o “notch”, o corte no topo da tela de muitos celulares atuais. No entanto, você só precisa se acostumar com algo que é ruim; se o “notch” fosse bom, a adaptação seria imediata.

O entalhe foi uma solução preguiçosa para lidar com o problema da câmera frontal em aparelhos cuja parte frontal é ocupada quase 100% ocupada pela tela. Ao recorrer a essa opção no iPhone X, a Apple validou a tendência e permitiu que (quase) todas as outras empresas do setor seguissem o mesmo caminho.

Estas capinhas para o iPhone 5c

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Não há muito o que explicar: algumas escolhas estéticas bastante duvidosas foram feitas por aqui.

O teclado borboleta dos Macbooks

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Mais um caso de inovação que deu errado para a Apple. A empresa desenvolveu um novo mecanismo “borboleta” para os teclados de seus notebooks, que fez com que as teclas ficassem mais “clicáveis” em vez de “pressionáveis”. O que a empresa não esperava era uma taxa de falha maior do que o esperado para seu novo mecanismo, o que fez com que seus usuários tivessem problemas de digitação: muitas vezes o teclado não reconhece um toque, ou então o reconhece dobrado.

Macbooks Pro de 2018 com Core i9 superaquecendo

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Mais uma vez, a Apple se envolveu em um problema térmico causado pelo design de produto. Em 2018, a empresa anunciou uma versão do Macbook Pro com um processador Intel Core i9, mas o que ninguém contava é que testes mostrariam que o laptop teria desempenho inferior ao modelo de 2017, que utilizava um Core i7 de uma geração anterior.

O motivo disso é justamente o gerenciamento de calor, que fez com que a Apple limitasse o desempenho do Core i9 no seu Macbook para evitar que ele superaquecesse. Quando o teste foi feito dentro de um refrigerador (sim, colocaram o notebook na geladeira), o notebook de 2018 conseguiu superar o desempenho do modelo de 2017 como deveria ser desde o princípio.