Se você está pensando em adquirir um iPhone 11 nos Estados Unidos ou pedir para alguém comprar na próxima vez que algum conhecido estiver no país, fique atento: os novos iPhones 11, anunciados nesta semana pela Apple, não são totalmente compatíveis com o 4G brasileiro, o que pode impactar sua experiência de uso dependendo da região onde você mora. 

O problema está na falta do suporte à frequência de 700 MHz, que começou a ser implementada após o desligamento do sinal de TV analógico. A frequência é estratégica pelo seu alcance mais amplo, permitindo cobrir uma região maior com menos antenas, além de penetrar melhor em paredes, permitindo melhor uso em espaços fechados. Não à toa, ela era o grande desejo das operadoras desde o início da operação do 4G no país e deve alavancar consideravelmente a cobertura de internet móvel, especialmente em regiões mais afastadas dos grandes centros urbanos. 

Nos EUA serão vendidos dois modelos do iPhone 11 Pro: o A2160 e o A2161. O site oficial da Apple mostra que eles serão compatíveis com as bandas 1 (2.100 MHz), 3 (1.800 MHz), 5 (850 MHz) e 7 (2.600 MHz). As especificações técnicas, no entanto, apontam para o fato de que a banda 28 (700 MHz) está ausente. Da mesma forma, ao olhar as especificações do iPhone 11 padrão, de modelo A2111, a frequência não está inclusa. 

Isso não significa que o celular não vai pegar o 4G no Brasil, pelo menos em boa parte do país. No entanto, em regiões onde apenas a frequência de 700 MHz estiver ativa, o celular será, sim, limitado ao 3G. 

Outro desafio está ligado ao que as operadoras chamam de 4G+ ou 4,5G, que utilizam uma tecnologia conhecida como agregação de portadora. Isso significa que o celular se conecta a múltiplas frequências simultaneamente para obter uma conexão mais rápida. Ou seja: será mais difícil para um iPhone utilizar essa função sem o suporte à rede de 700 MHz.