O engenheiro eletrotécnico Nélio José Nicolai, inventor do sistema identificador de chamadas por telefone mais conhecido como Bina, morreu na quarta-feira, 11, em Brasília, aos 77 anos. Nicolai apresentou complicações pulmonares enquanto estava se recuperando de um AVC (acidente vascular-cerebral).

Além do Bina, invento pelo qual ele brigou na justiça por mais de 20 anos pelo reconhecimento de direito de uso, o engenheiro tem 41 produtos regiistrados no INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial).

Em entrevista concedida ao Olhar Digital em 2012, Nicolai detalhou algumas das dezenas de tecnologias que inventou. Um dos exemplos é o sistema de mensagem instantânea de movimentação de cartão de crédito e débito, atualmente usado por bancos e empresas de pagamento. 

“Apresentei isto ao Bradesco e Unibanco em 1992, época que registrei a carta patente, mas eles lançaram o serviço sem falar comigo. Hoje o mundo inteiro está usando e as companhias me disseram que eu devo recorrer à justiça”, comentou.

Segundo Nicolai, o mesmo ocorreu com o telefone fixo celular. Em 2004, ele registrou sua ideia no INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), assim como fez com todas suas invenções, mas, as operadoras como a Tim, Claro e Vivo passaram a oferecer o serviço de telefone residencial com as mesmas características do celular, a partir de 2010. Outras tecnologias que o mineiro afirma ter inventado são o ‘Salto’, aviso sonoro que indica que a pessoa está recebendo outra chamada, e o ‘Bina Lo’, que registra chamadas perdidas.

“A patente é um patrimônio do país e não das empresas. Elas estão roubando isto do povo. O INPI que decide se a patente é válida e isso não pode mudar. Um juiz não pode contestar o que o instituto faz e uma empresa não pode ignorar uma carta patente”, comentou relembrando o caso do Bina, em que ele assinou contratos de licença de exploração da patente com a Ericsson, mas afirma não ter tido o devido reconhecimento.