Inteligência Artificial vence vários profissionais humanos em pôquer

Redação12/07/2019 14h20, atualizada em 12/07/2019 17h57

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Darren Elias é um dos melhores jogadores de pôquer do mundo. Aos 32 anos, ele é a única pessoa que conquistou quatro títulos do World Poker Tour e ganhou mais de US$ 7 milhões em torneios. Mas, até hoje, ele nunca havia competido com bots de inteligência artificial.

Elias e outro profissional, Chris “Jesus” Ferguson, participaram de um teste contra um sistema de inteligência artificial criado pela Universidade Carnegie Mellon e o Facebook. Os dois jogaram cinco mil vezes pela internet, em jogos de seis jogadores, sendo cinco deles cópias do bot. No final, surpresa, o robô estava na frente dos humanos por uma margem bastante considerável.

Criar uma inteligência artificial para o pôquer sempre foi complicado para pesquisadores. Ao contrário do xadrez, o jogo de cartas depende muito do que o outro jogador tem em suas mãos, algo que é desconhecido pelo robô. Portanto, a máquina precisa ir além da matemática e do cálculo de possibilidades, e começar a trabalhar estratégias.

O Pluribus – o sistema de inteligência artificial – adiquiriu suas habilidades depois de jogar trilhões de mãos contra versões de si mesmo. Após cada mão, o sistema analisava o que aconteceu e o que poderia ter funcionado melhor – as melhorias eram então adicionadas à sua estratégia central.

Muitos pesquisadores já tentaram criar bots para jogos de pôquer, mas o Pluribus destaca-se por agir estrategicamente em pontos específicos, enquanto outros calculam infinitas possibilidades. Esse método diminui a capacidade de computação necessária e ainda permite uma partida contra um grupo maior de jogadores humanos.

O software é o primeiro a derrotar os melhores profissionais no Texas Hold’em multiplayer sem limites, visto como a forma de elite do pôquer. A máquina também venceu em cenários com uma única cópia de bot, contra cinco profissionais humanos por 10.000 mãos.

A Universidade de Brown começou o projeto Pluribus depois de se juntar ao Facebook, mas diz que a gigante de mídia social não tem aplicações específicas para a tecnologia em mente. “O objetivo é pesquisar fundamentalmente sobre informações imperfeitas e sistemas multiagentes em grande escala”, diz ele. A longo prazo, as idéias testadas no Pluribus podem contribuir para o desenvolvimento de carros autônomos ao prever ações de outros motoristas ou melhorar os algoritmos de detecção de fraude, dizem pesquisadores.

Apesar do grande feito, não há expectativa que o algoritmo seja usado para ganhar dinheiro no pôquer. “Não vamos liberar o código, em parte porque isso teria um grande impacto na comunidade do pôquer online”, diz Brown. “Estamos tentando tornar isso acessível apenas para as pessoas que trabalham com inteligência artificial.”

Tudo é um grande aprendizado; não só para as máquinas. Depois de perder para a máquina, Elias conta que tirou uma boa lição da situação. “Ele (robô) vai apostar duas ou três vezes o pot, algo que os humanos não fazem muito”, disse o jogador. “Essas enormes apostas são interessantes para mim e algo que vou incorporar em meu próprio jogo”.

De qualquer forma, o jogador admite um pouco de tristeza. A chegada do Pluribus é um marco histórico para o jogo. “Eu não faço nada além de jogar pôquer desde os meus 16 anos e dedico minha vida a isso, então é muito humilhante ser espancado por uma máquina”, lamentou.

Fonte: Wired

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital