Ao que parece, não são apenas os trabalhos menos qualificados que estão correndo o risco de ser dominados por máquinas. Durante a conferência Future of Innovation, em São Francisco, nos EUA, ontem, uma executiva da Microsoft comentou que um cientista de dados recentemente perdeu o emprego para uma inteligência artificial desenvolvida pela empresa.

Segundo o Mashable, Jennifer Chayes, uma das pesquisadoras de inteligência artificial da Microsoft, contou durante o evento a história de uma das startups que a empresa vem auxiliando. “Eles estavam realmente apertados de dinheiro, [então] eles se livraram do seu cientista de dados porque isso [a inteligência artificial] funcionava muito melhor do que o cientista de dados deles”, comentou.

Nos entende melhor que nós mesmos

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Chayes se referia ao Custom Decision Service, um serviço anunciado pela Microsoft durante a Build, sua conferência para desenvolvedores, realizada em maio deste ano. Trata-se de uma inteligência artificial focada em testes A/B: com poucas informações sobre qual é a preferência dos clientes entre duas opções, ela consegue prever quais serão suas preferências em outras situações.

Em outras palavras, o serviço da Microsoft é especializado em oferecer recomendações aos usuários com base em seus gostos. Tecnicamente, um cientista de dados poderia avaliar os dados de navegação dos usuários para, com base neles, gerar um sistema de recomendações. No entanto, ao que parece, o Custom Decision Service (CDS) é melhor do que um humano para essa tarefa – ao menos para empresas com pouco dinheiro.

Isso significa que outros cientistas de dados também precisam ficar de olho para manter o emprego, segundo Chayes. “Falei com empresas grandes que têm centenas de cientistas de dados trabalhando em diversos projetos, e eles acham que isso [o CDS] seria incrível, porque ele poderia ser usado para os seus testes A/B”, disse.