Alguns dias depois de lançar SSDs com a tecnologia Optane para servidores, a Intel anunciou os primeiros drives voltados para o consumidor final. A promessa é que os dispositivos sejam capazes de acelerar radicalmente um computador que já tenha equipado um HD ou SSD convencional.
O fato é que, neste instante, com a tecnologia nova como é, ter um drive Optane funcionando como dispositivo de armazenamento principal do computador é proibitivo para a maior parte dos consumidores. Isso explica o motivo de a Intel só ter lançado duas versões de pouco armazenamento: uma de 16 GB por US$ 44 e outra de 32 GB por US$ 77. O início das vendas acontecerá em 24 de abril.
A ideia da Intel é que o Optane, por enquanto, seja usado como cache de um HD ou SSD de maior capacidade, fazendo um meio-de-campo entre o armazenamento e o processador, agilizando os processos do computador. A empresa promete desempenho 28% mais rápido do sistema como um todo, tempo de inicialização do PC duas vezes menor, cinco vezes mais velocidade para abrir o Chrome e jogos são abertos até 67% mais rápido.
Mas como funciona? Antes de tudo, é necessário voltar ao beabá da computação. O HD ou SSD funcionam como armazenamento, guardando todos os arquivos, mas com velocidades de leitura baixas. Para compensar a lentidão, dados mais importantes são guardados na memória RAM, que é extremamente veloz, e pode fornecer as informações ao processador o mais rápido possível, agilizando a tarefa. O problema é a memória RAM é volátil e todas as informações desaparecem quando o PC é desligado. Ou seja: ela não pode guardar informações de longo prazo sobre os programas que você mais costuma usar no seu computador e quais dados você acessa com mais frequência para agilizar o processo. A memória também nunca agilizará o tempo de inicialização do PC justamente por isso.
O Optane da Intel promete ser tão rápido quanto a memória DRAM, mas mantendo a estabilidade de dispositivos de armazenamento como o seu HD mecânico ou SSDs com a tecnologia NAND.
Quando equipado em um computador, a memória Optane não tem como objetivo substituir nem o disco nem a RAM (pelo menos não por enquanto). Ele deve funcionar puxando informações do dispositivo de armazenamento e guardando os dados acessados mais regularmente, como a RAM, para despejar mais rapidamente no processador. A diferença é que ele vai guardar as informações quando um programa for fechado ou o computador desligado. Tudo isso deve permitir que os dados sejam disponibilizados mais rapidamente quando estiverem alocados no Optane. E, como as informações ficam facilmente acessíveis e estáveis, o dispositivo também deve acelerar o processo de inicialização do PC.
Esse é um primeiro passo apenas. A ideia é que o Optane deixe de ser apenas um “acessório” para ser um substituto efetivo do seu HD ou do seu SSD. Isso pode demorar um pouco, pois é uma tecnologia nova e extremamente cara. Com o passar do tempo, o custo por gigabyte deve cair, mas por enquanto a opção de usá-lo como cache é a mais viável. Para exemplificar o alto custo, o modelo de 375 GB voltado para servidores está custando mais de US$ 1.500.
Por enquanto, a tecnologia é compatível apenas com computadores com processadores Intel da 7ª geração (Kaby Lake) e com alguns modelos de placas-mãe. Os drives Optane usam o slot M.2, que também suporta os SSDs mais rápidos da atualidade, deixando para trás o gargalo da conexão SATA para abraçar a interface PCIe, muito mais rápida.
Via Gizmodo e Ars Technica