Instagram, aprendizado de máquina e depressão

Seria possível identificar entre usuários de uma rede social, aquele que está com um distúrbio afetivo mais sério?
Redação18/01/2017 14h20

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ReproduçãoHoje tudo existe para terminar 

numa fotografia.”
Susan Sontag
(Escritora, 1933 – 2004)

Não é nenhuma novidade que nossos posts em redes sociais podem revelar muito sobre nosso estado de espírito e sentimentos. Ultimamente, redes sociais mais parecem um dramalhão mexicano e fica fácil para algoritmos deduzirem se estamos bravos, alegres ou meio bola murcha. Mas seria possível identificar entre usuários de uma rede social, aquele que está com um distúrbio afetivo mais sério? Algo grave que exige tratamento? A depressão é uma dessas doenças de difícil diagnóstico, mas fotos do Instagram podem ajudar. Com a palavra, Andrew Reece, Chris Danforth e um algoritmo de aprendizado de máquina.

A arte da fotografia interior

Andrew Reece da Universidade de Harvard e Chris Danforth da Universidade de Vermont encontraram correlações significativas entre a saúde mental dos usuários e algumas características das fotos que eles postavam no Instagram. A ligação é tão forte que o resultado pode ser usado para o diagnóstico precoce de doença. Resumidamente: A pesquisa envolveu 500 pessoas as quais tinham conta no Instagram e responderam a questionários sobre depressão clínica, sendo que 70 foram identificados como “clinicamente deprimidos”. Depois, os pesquisadores baixaram 40.000 fotografias do Instagram destas pessoas e analisaram tonalidade, saturação de cor, contraste, uso de filtros, curtidas nas fotos e comentários.  Com estes dados nas mãos, usaram um algoritmo de aprendizado de máquina para buscar correlações entre depressão e propriedades das fotos. O resultado foi que pessoas deprimidas tendem a postar fotos em tons de azul escuro ou cinza e recebem menos curtidas do que pessoas saudáveis. Elas também preferem usar filtros que convertem fotos coloridas em preto e branco, enquanto pessoas saudáveis utilizam filtros que iluminam ou dão mais brilho as suas fotos.

O algoritmo foi posto à prova para identificar quem sofria de depressão num grupo de 100 usuários do Instagram obtendo índice de 70% de acerto. Muito acima de profissionais da área. De acordo com Reece e Danforth: “Os estados psicológicos das pessoas são transmitidos para as redes sociais e podem ser descobertos por meio de técnicas computacionais.” E você, que filtro anda usando no Instagram?

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Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital