Cada vez mais os brasileiros utilizam dispositivos digitais para transações bancárias. A praticidade e rapidez faz com que as pessoas prefiram principalmente o canal móvel.
De acordo com a Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária, em 2017, o volume de transações com movimentação financeira realizadas por mobile banking aumentou 70% no ano passado.
A pesquisa da Febraban ainda apresenta outros números interessantes a serem destacados: a contratação de crédito por smartphones, por exemplo, cresceu 141% em relação ao registrado em 2016. As operações de investimentos ou aplicações aumentaram 42% nesse canal. Nesse cenário de crescimento, há várias inovações que podem despontar no setor como pagamentos instantâneos ou de pessoa a pessoa (P2P).
O Banco Central já demonstrou interesse em regular esse sistema para permitir as transações diretas.
Além disso, podemos citar novas tecnologias como o NFC (sigla em inglês de comunicação por campo de proximidade), que permite o pagamento de contas sem contato por meio celulares e cartões com chips, e até criptomoedas e sistemas de transferência de recursos em moedas diferentes, de um país a outro, por meio de tecnologias P2P.
Outra tendência importante é o open banking, que já existe na Europa, em que, a partir de APIs (sigla em inglês de interfaces de programação de aplicativos), é possível incorporar serviços bancários em plataformas como redes sociais e serviços de mensagem. Além disso, o modelo de banco aberto faz com que os clientes sejam donos de suas informações bancárias, o que facilita a troca de instituição financeira e aumenta a competição.
Biometria e tokenização
Se antes o brasileiro tinha receio de fazer movimentações financeiras no online, por causa da segurança, atualmente esse medo é muito pequeno. Diversos mecanismos possibilitam que as operações sejam mais seguras no digital. Aplicações móveis, por exemplo, permitem reconhecimento biométrico e tokenização do dispositivo.
Também há novas tecnologias como o blockchain, que vão incrementar ainda mais a segurança nesses canais, na medida que cada transação será validada por uma rede descentralizada de computadores, tornando o sistema virtualmente incorruptível.
Um ponto importante que precisa ser mencionado é que, no Brasil, apenas cinco bancos concentram o equivalente a 90% de todo o mercado. Essa concentração dificulta a entrada de novos players e é uma das explicações do grande spread (diferença entre as taxas cobradas pelos bancos e os juros básicos definidos pelo Banco Central).
Um novo player no mercado de créditos, por exemplo, não tem acesso ao relacionamento pré-existente entre banco e seu cliente, tampouco a possibilidade de acesso ao sistema de débito direto em conta, o que dificulta o acesso a empréstimos e produtos financeiros para a população.
A regra de open banking, que está sendo preparada pelo Banco Central e é aguardada para o próximo ano, tem grande poder de transformação social, permitindo um grande crescimento da concorrência no mercado bancário e, por consequência, melhores produtos financeiros sendo disponibilizados para a população.
O surgimento das fintechs no mercado brasileiro também contribuiu para a digitalização do mercado.
Nos últimos oito meses, o número de fintechs no Brasil aumentou de 309 para 377, crescimento de 22%, segundo a pesquisa Finnovation, em parceria com a Finnovista e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Essas startups criam constantemente inovações digitais que facilitam o dia a dia de empreendedores e pessoas físicas, descomplicando operações bancárias como concessão de crédito e pagamentos.