Um dos principais problemas no tratamento do câncer cerebral é a dificuldade do tratamento e a quantidade limitada de medicamentos de quimioterapia. Os vasos sanguíneos do cérebro estão alinhados com as células, o que mantém as toxinas e os agentes patogênicos, além de dificultar o alcance dos tumores, criando uma barreira praticamente impermeável. Pensando em solucionar a complicação, um grupo de cientistas franceses desenvolveu um implante que pode desfazer, temporariamente, essa barreira.
O dispositivo mede 11,5 milímetros e se chama SonoCloud. Ele é implantado no momento em que os médicos removem partes de um tumor ou retiram amostras para biópsia. Na hora da quimioterapia, são injetadas bolhas microscópicas na corrente sanguínea do paciente, que passam pelos vasos sanguíneos. Em seguida, o dispositivo de ultrassom é ativado, durante 2 minutos, para agitar as bolhas, que conseguem, graças à vibração, abrir a barreira à quimioterapia por até seis horas, deixando de cinco a sete vezes mais medicamento que normalmente.
A equipe testou a novidade em 15 pacientes que sofrem de glioblastoma, uma forma agressiva de câncer no cérebro. Segundo os cientistas, os resultados foram animadores: a técnica permitiu que o remédio atravessasse a barreira em maior quantidade.
Para a próxima etapa, o desafio é garantir que o espaço aberto não causa efeitos colaterais. “Eles têm de se certificar de que não há espaço para as bactérias entrarem no cérebro e causar meningite, que pode ser fatal”, explica Dr. Ekokobe Fonken, neuro-oncologista.
O projeto é realizar um ensaio clínico com 200 pacientes em 2017 e, se tudo der certo, lançar o implante comercialmente em 2020.
Via Engadget