Não importa quantos alertas forem feitos sobre os perigos oferecidos pelo Galaxy Note 7, parece que sempre vai ter gente que se recusa a largar o aparelho. Nos Estados Unidos, a operadora Verizon informou que “milhares” desses smartphones ainda estão em uso, mesmo depois de a Samsung lançar uma atualização que praticamente matava o Note 7.
“Apesar dos nossos maiores esforços, ainda há consumidores (…) que não devolveram ou trocaram seus Note 7 ao ponto de venda”, disse uma porta-voz da operadora à Fortune.
A Verizon consegue ter acesso aos registros de cada cliente, por isso tem condições de saber exatamente quantas pessoas ainda mantêm o Note 7 em atividade, mesmo após toda a publicidade que se fez a respeito dos casos de explosão envolvendo o smartphone.
A operadora, então, tentará abordagens novas, primeiro colocando esses aparelhos num modo especial que redirecionará qualquer ligação à sua central de atendimento — a menos que seja uma chamada ao número de emergência 911. Outra medida considerada pela Verizon é emitir uma conta no valor do aparelho, o que pode forçar seus donos a devolvê-los, uma vez que a Samsung se propôs a estornar o que as pessoas pagaram por ele.
A própria Samsung vem tentando há meses fazer com que os consumidores desistam do Note 7. Em novembro, lançou uma atualização que fazia com que o smartphone interrompesse o carregamento quando a bateria atingisse 60% de capacidade, e no Canadá os usuários tiveram conexões celular, Bluetooth e Wi-Fi desativadas, o que os impede de acessar a internet ou fazer ligações. Então, em dezembro, a coreana passou a impedir o carregamento do smartphone, mas há quem tenha contornado isso para seguir usando o Note 7.
A primeira onda de recall do aparelho foi anunciada em setembro, mas depois que as substituições começaram a dar problema veio a segunda onda, desta vez em outubro. No começo de novembro, 85% dos Note 7 vendidos nos EUA já haviam sido devolvidos, o que deixava um total de 285 mil unidades ainda perambulando pelo país. Hoje, a quantidade já passa dos 96%, mas, porque se deve multiplicar isso por milhares, percebe-se que há bastante gente correndo risco por aí.