iFood e Loggi anunciam fim de bônus a entregadores por viagens

Empresas alegam que a medida visa a segurança dos trabalhadores que, em caso de acidentes, não recebem auxílio pelo seguro do INSS, já que não são autônomos nem empregados
Redação18/07/2019 21h44

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Após cerca de seis meses de negociações com a Prefeitura de São Paulo, iFood e Loggi comprometeram-se a acabar com o bônus por número de entregas a motoboys. A decisão, que passa a valer imediatamente, tem como objetivo aumentar a segurança dos profissionais. Estima-se que mais de 60 mil motociclistas serão impactados

Na reunião, que teve a participação do prefeito Bruno Covas (PSDB), ficou decidido também que esses colaboradores receberão um treinamento, ministrado pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), visando aumentar a segurança no trânsito.

“O nosso foco aqui, a nossa prioridade, é a vida. É um problema complexo e multifatorial. E só com gestão a gente vai resolver paulatinamente essas questões”, afirma Vitor Magnani, representante do Ifoods.

A diretora jurídica da Loggi, Vanessa Morales, alegou que o incentivo a esse tipo de bonificação não era uma prática da companhia. “A Loggi sempre se preocupou com a questão de segurança e nunca participou de promoções que pudessem levar a comportamentos inadequados”.

Afirmando não concordar com o formato do documento proposto pela Prefeitura, a Rappi disse que não aderiu à medida, mas que continua aberta para discussão de iniciativas que aprimorem os modelos de atuação e aumentem a segurança.

Por sua vez, a Uber Eats contesta a correlação do aumento dos acidentes com os motociclistas dos aplicativos de entrega e afirma que segue investindo em tecnologias para benefício de usuários, motoristas e entregadores parceiros.

Indefinição jurídica

A situação dos motoboys que trabalham com apps de entrega é um limbo jurídico. Especialistas se dividem quanto ao tipo de regulamentação que as plataformas devem seguir. Em caso de acidente, por exemplo, eles não recebem auxílio pelo seguro do INSS, já que não são autônomos nem empregados.

O Ministério Público do Trabalho em São Paulo (MPT-SP) já ajuizou duas ações civis públicas contra empresas de aplicativo de entrega. É entendido que elas atuam na ilegalidade ao se omitir sobre o vínculo de trabalho com os motoboys.

Via: G1

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital