IBM usou fotos de pessoas no Flickr para treinar reconhecimento facial

A empresa nega ter quebrado normas de privacidade
Redação13/03/2019 15h57, atualizada em 13/03/2019 20h50

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A IBM retirou quase um milhão de fotos de pessoas no Flickr para utilizar em seu projeto de treinamento de reconhecimento facial e compartilhou com pesquisadores externos sem nenhum consentimento do fotografado. E possivelmente, essas pessoas nunca teriam consentido considerando que esses sistemas podem facilmente ser utilizado para vigia-los e reconhecê-los.

Você pode pensar que, porque a foto estava no Flickr, site de hospedagem de imagens, é pública e possui o selo Creative Commons, pode ser usada como bem entender. O problema está no fato de que apesar de as pessoas terem consentido em serem fotografadas, elas não sabiam que seus retratos teriam esse fim, conforme explicou um dos fotógrafos cujas imagens foram usadas sem qualquer tipo de permissão. “Nenhuma das pessoas que eu fotografei teve a menor idéia de que suas imagens estavam sendo usadas dessa maneira”, disse ele a NBC.

O banco de mais de 99 milhões de fotos, que é conhecido como YFCC100M, não chegou a ser compilado pela IBM, mas sim pelo próprio Yahoo, empresa que era dona do Flickr até o ano passado.

A questão é que o uso dessas imagens é algo que não havia sido antecipado mesmo nas licenças mais permissivas do Creative Commons. Além disso, também não fica claro como essas imagens foram usadas: não é impossível, por exemplo, que a IBM tenha usado o banco de fotos para treinar seus sistemas para reconhecimento étnico, já que é algo que a empresa já fez no passado com câmeras corporais. A companhia, no entanto, nega que tenha usado as imagens para qualquer fim relacionado identificação racial.

Não será possível, entretanto, que curiosos saibam se tiveram suas fotos utilizadas em estudos desse tipo, já que a IBM manteve os dados privados e compartilhou apenas com pesquisadores. Porém, a NBC obteve informações através de uma fonte e criou artigo para os fotógrafos acessarem e verem se suas imagens estão entre as escolhidas -não que isso ajude as pessoas fotografadas.

Em comunicado, a IBM disse que leva a privacidade dos indivíduos muito a sério e cumpre com normas de segurança de dados. Ela ainda disse que o conjunto de imagens incluíam apenas fotos públicas. “As pessoas podem optar por sair deste conjunto de dados”, adicionou.

Vale lembrar, que esse ato não é inédito na indústria de tecnologia. O Facebook possui uma base com 800.000 faces disponíveis para o download de pesquisadores.

Fonte: The Verge e NBC

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital