Huawei vai liberar ‘modo de desempenho’ após ser pega trapaceando em benchmarks

Renato Santino10/09/2018 19h06, atualizada em 10/09/2018 19h09

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Na semana passada, a Huawei foi pega com “trapaceando” em testes de desempenho, visando alcançar uma pontuação maior do que seus concorrentes, mesmo que isso não se traduzisse na experiência de uso do público. Agora a empresa decidiu se retratar anunciando um novo “Modo Desempenho”, que permitiria desbloquear o poder total do aparelho para o usuário final.

Para quem não está familiar, os aplicativos de benchmark rodam uma série de testes padronizados no celular, visando medir o desempenho para obter uma pontuação que permita comparar de forma objetiva o que dois aparelhos diferentes podem oferecer. O caso da Huawei é grave: a empresa estava usando poder que estava indisponível ao usuário convencional para alavancar seus resultados, efetivamente enganando o público.

Diante da descoberta dessa trapaça, a Huawei teve os celulares envolvidos no caso (P20, P20 Pro, Nova 3 e Honor Play) removidos do banco de dados da UL, empresa que desenvolve o 3DMark. Na prática, isso significa não era mais possível comparar o desempenho desses celulares com outros.

A Huawei já havia confirmado a situação na semana passada, quando foi acusada de trapaça. De acordo com a fabricante, a inteligência artificial dos smartphones detectava quando o aparelho começava a rodar um benchmark. Assim, o modo de alta performance dos celulares era ativado, fazendo com que o aparelho dedicasse mais recursos do que o normal para o aplicativo. É quase como um overclock situacional.

A mesma prática é utilizada na hora de executar um jogo mais pesado. No entanto, ativar esse modo de melhor desempenho especificamente para um app de benchmark contraria a ideia deles, que é justamente avaliar um aparelho em uma situação de uso normal.

A Huawei atribuiu a manobra à alta competição no mercado chinês. Conforme explicou o Dr. Wang Chenglu, presidente de software da empresa, ao AnandTech, outras fabricantes também trapaceiam nesses testes, o que a forçou a seguir a prática.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital