Huawei e CFO são acusados de crimes financeiros pelo Departamento de Justiça dos EUA [atualizado]

São 13 acusações à fabricante chinesa, incluindo duas de suas subsidiárias e sua CFO, Wanzhou Meng, sobre crimes financeiros, incluindo fraude e conspiração para lavagem de dinheiro.
Redação29/01/2019 15h43, atualizada em 29/01/2019 16h30

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As coisas vão de mal a pior para a Huawei, depois que sua CFO foi detida pelas autoridades canadenses em dezembro último. Agora, as autoridades norte-americanas fizeram 13 acusações à fabricante chinesa, incluindo duas de suas subsidiárias e sua CFO, Wanzhou Meng, sobre crimes financeiros, incluindo fraude e conspiração para lavagem de dinheiro.

De acordo com o Departamento de Justiça dos EUA, as acusações são fruto de um esquema que acontece há anos, feito pela Huawei, para esconder das autoridades e do governo dos Estados Unidos, atividades comerciais feitas com o Irã, o que burlaria sanções impostas pelos Estados Unidos. Uma das subsidiárias citada nos documentos é a Skycom, que operou com assiduidade no Irã. A Huawei alegou que vendeu suas ações da Skycom, mas os federais disseram que na verdade isso era uma mentira.

As alegações afirmam que Wanzhou Meng, CFO da companhia, foi uma figura essencial no planejamento e na execução desse plano, realizando apresentações para parceiros bancários sobre a suposta não associação da empresa com a Skycom. Oficiais da Huawei também deram garantias para o Congresso dos Estados Unidos que os negócios não infringiam nenhuma lei norte-americano em relação ao Irã. O governo alega que as evidências comprovam o contrário.

O caso tem raízes profundas na hierarquia da empresa, seguindo até o fundador da Huawei, Ren Zhengfei (e pai de Wanzhou Meng), que, supostamente, mentira ao FBI quando disse que a companhia não tinha relações comerciais com o Irã e que ele concordava totalmente com as sanções econômicas dos Estados Unidos. A outra subsidiária enfrentando acusações é nada menos do que a Huawei USA. Aqui, o Departamento de Justiça alega que a filial local da empresa tramou com sua matriz para obstruir a investigação sobre seus alegados crimes financeiros, transportando possíveis testemunhas dos Estados Unidos para a China.

Wanzhou Meng permanece no Canadá, sob liberdade condicional, mas é muito possível que ela seja extraditada para os Estados Unidos. Muitos funcionários da Huawei estão na China, fora de alcance do Departamento de Justiça dos EUA, que pede a extradição, ao menos, da CFO. No entanto, os impactos econômicos para a Huawei podem ser fatais. A empresa funciona (em pequena escala) nos Estados Unidos, usando serviços bancários no país, e adquire tecnologia de empresas daquele país. Tudo isso pode acabar, dependendo de como o caso será concluído.

Huawei nega todas as acusações

Em comunicado enviado ao Olhar Digital, a Huawei afirmou que está desapontada com as acusações, negando que tenha praticado as violações da qual é acusada. A empresa afirmo que procurou colaborar com as investigações em curso, mas sua participação foi rejeitada pelas autoridades dos EUA.

Confira abaixo a declaração oficial da empresa:

“A Huawei está desapontada ao tomar conhecimento das acusações feitas contra a empresa hoje. Após a detenção da Sra. Meng, a empresa procurou uma oportunidade para discutir a investigação do Distrito Leste de Nova York com o Departamento de Justiça, mas a solicitação foi rejeitada sem explicação. As alegações do Distrito Ocidental de Washington sobre o indiciamento do sigilo comercial secreto já foram objeto de uma ação civil que foi resolvida pelas partes depois que um júri de Seattle não encontrou danos nem conduta intencional e maliciosa na alegação de segredo comercial.

 A empresa nega que ela ou sua subsidiária ou afiliada tenha cometido qualquer das violações declaradas da lei dos EUA estabelecidas em cada uma das acusações. A empresa reitera que não tem conhecimento de qualquer delito cometido pela Sra. Meng e acredita que os tribunais dos EUA chegarão à mesma conclusão.”

Fonte: Android Police

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital