Huawei anuncia o HarmonyOS, sua alternativa ao Android

Sistema operacional terá o código-fonte aberto, e poderá ser usado em uma grande variedade de dispositivos, como smartwatches, acessórios, smartphones e TVs
Luiz Nogueira09/08/2019 12h02, atualizada em 09/08/2019 12h22

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A Huawei finalmente revelou nesta sexta-feira (9), na cidade de Dongguan, seu sistema operacional móvel. Batizado de HarmonyOS, ele é parte de um esforço para garantir que seu negócio de smartphones possa sobreviver à repressão do governo dos EUA à empresa.

Ao revelar o sistema operacional em uma conferência de desenvolvedores, Richard Yu, diretor de negócios de consumo da empresa, disse que o software foi projetado para funcionar não apenas em telefones celulares, mas também em relógios inteligentes e outros dispositivos domésticos.

De fato, os primeiros produtos da Huawei a rodar o HarmonyOS não serão smartphones, mas sim “telas inteligentes” que a empresa planeja lançar ainda este ano. Yu disse que o HarmonyOS será gradualmente incorporado aos outros dispositivos inteligentes da empresa nos próximos três anos. Mas ele ainda disse que integrar o HarmonyOS aos seus smartphones não é um plano imediato.

A preferência da Huawei é continuar usando o Android em seus celulares, disse Yu. Mas ele acrescentou que não havia razão técnica para que o HarmonyOS não fosse usado também como sistema operacional de um celular. “Se não formos capazes de usar o sistema operacional Android, podemos usar o HarmonyOS a qualquer momento”, disse ele.

Assim como o Android, o HarmonyOS será lançado como software de código aberto. Isso significa que ele estará disponível gratuitamente para que desenvolvedores possam estudá-lo, aprimorá-lo e redistribuí-lo. O nome chinês do HarmonyOS continua sendo HongMeng OS, mas, segundo Yu, o nome ocidental foi escolhido para facilitar a pronúncia por aqueles que não falam Chinês nativamente.

EUA X China

A Huawei é agora o segundo maior fabricante de smartphones do mundo, à frente da Apple, mas atrás da Samsung. Os aparelhos da empresa vendem muito na Europa e em todo o mundo, embora a pressão política exercida por Trump tenha impedido os telefones da empresa de se tornarem populares nos Estados Unidos.

Yu disse acreditar que, se não fosse pela pressão do governo Trump sobre a empresa, a Huawei teria terminado o ano como a maior fabricante de smartphones do mundo. A incerteza sobre atualizações e suporte dos serviços do Google fez com que as vendas de aparelhos da marca fora da China despencassem.

Via: New York Times

Luiz Nogueira
Editor(a)

Luiz Nogueira é editor(a) no Olhar Digital