Acusado de transportar chips semicondutores militares dos EUA para a China, o engenheiro elétrico Yi-Chi Shih pode ser condenado a até 219 anos de prisão por seus crimes. Segundo o Departamento de Justiça (DoJ) dos EUA, Yi-Chi Shih, morador de Los Angeles em tempo parcial, fazia contrabando. O homem de 64 anos foi, então, submetido a um julgamento de seis semanas em um tribunal federal.
Os promotores alegam que ele e o co-réu Kiet Ahn Mai, de Pasadena, na Califórnia, conspiraram para obter acesso ao sistema de uma empresa americana não identificada que fabricava chips e Circuitos Integrados de Microondas Monolíticos (MMICs). Mai confessou a culpa em uma acusação de contrabando e será condenado em setembro a até 10 anos de prisão.
Os sistemas da empresa vítima foram acessados de forma fraudulenta quando Mai se tornou um cliente em potencial — assim, Shih pôde obter processadores personalizados. A empresa acreditava que os chips seriam usados apenas nos EUA, mas Shih os transferiu para a Chengdu GaStone Technology Company (CGTC), uma empresa chinesa que está construindo uma fábrica de MMIC.
O material roubado já havia sido usado por agências americanas, como a Força Aérea dos EUA, a Marinha e a Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa (DARPA). Os semicondutores foram usados em mísseis, sistemas de orientação de mísseis, jatos de combate, aplicações de radar e guerra eletrônica. Nenhuma licença de exportação foi solicitada, provavelmente porque o pedido seria rejeitado.
O esquema foi descoberto e os investigadores perceberam que Shih era o presidente da CGTC. Ela já estava na mira no Departamento de Comércio por “envolvimento em atividades contrárias à segurança nacional e interesse da política externa dos EUA — especificamente […] a aquisição ilícita de commodities e itens para uso militar não autorizado para a China”.
Shih foi considerado culpado de 18 acusações em junho por um júri federal, incluindo conspiração para violar a Lei Internacional dos Poderes Econômicos de Emergência (IEEPA), falsificação de correspondências, declarações falsas a uma agência do governo e conspiração para obter acesso não autorizado para um computador protegido para obter informações. A audiência de sentença ainda não foi agendada, mas acredita-se que ele possa pegar até 219 anos de prisão.
“Esse réu planejava exportar semicondutores para usos militares e civis na China. Depois, mentiu sobre isso para as autoridades federais e não informou as receitas obtidas pelo esquema em suas declarações de imposto de renda”, diz o procurador americano Nick Hanna. “Meu escritório aplicará leis que protegem a propriedade intelectual de nossa nação de ser usada para beneficiar adversários estrangeiros que possam comprometer nossa segurança nacional.”
Via: ZDNet