Hologramas ‘ressuscitam’ grandes nomes da música mundial em 2019

Evolução da tecnologia permite reviver momentos e shows muito semelhantes com as apresentações ao vivo que esses artistas fizeram em vida
Roseli Andrion18/07/2019 18h30, atualizada em 18/07/2019 19h45

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Parece que 2019 é o ano dos shows dos hologramas. Artistas como Amy Winehouse, Michael Jackson, Ronnie James Dio e Abba estão entre os que devem aparecer nos palcos de forma tecnológica — e essa pode ser uma boa chance para o público que não teve chance de vê-los ao vivo.

A ideia não é nova, mas agora tem sido cada vez mais explorada. Em 2012, por exemplo, Snoop Dog inovou ao cantar com o rapper Tupac (morto em 1996) no Festival Coachella. Os hologramas já haviam sido utilizados antes, mas a qualidade era bastante inferior — por isso, a apresentação de Tupac se tornou um marco.

Também ressuscitada pela tecnologia, Billie Holliday faz shows diários de 40 minutos no Teatro do Holograma, em Los Angeles (EUA). E muitos outros nomes têm apelo para esse tipo de apresentação: Elvis Presley, Kurt Cobain, Jimi Hendrix e Whitney Houston são alguns deles.

Cazuza e Renato Russo já foram revividos

No Brasil, o primeiro show com hologramas foi em 2013: ele mostrou Renato Russo, da Legião Urbana, falecido em 1996. Entretanto, foram as falhas técnicas ocorridas durante a apresentação que ganharam destaque — a principal crítica era à imagem do cantor, que não ficou bem construída.

Durante o show, 14 artistas convidados cantaram sucessos da banda com acompanhamento de orquestra. O holograma apareceu apenas no fim e foi posicionado no fundo do palco, para decepção e frustração dos fãs. Depois de cantar “Há Tempos”, a imagem sumiu.

No mesmo ano, 2013, foi a vez de Cazuza aparecer em forma de holograma (ele morreu em 1990). A apresentação começou com outros artistas e Cazuza só surgiu no fim: de camisa sobre uma regata branca, óculos escuros, calça jeans e faixa na cabeça — o visual que o consagrou — apareceu à frente de um fundo preto e cantou “Exagerado”.

A imagem com os trejeitos do músico (e até sua dança) se apresentou por 18 minutos, entre idas e vindas, e cantou cinco músicas: além de “Exagerado”, teve “Faz Parte do Meu Show”, “Amor, Amor”, “O Tempo Não Para” e “Brasil”. Na última cena, Cazuza está enrolado em uma bandeira do Brasil e se despede com um “obrigado”.

Uma das apresentações mais recentes mostrou Madonna com quatro hologramas de si mesma no palco do Billboard Music Awards em maio. O show começou com a artista cantando com os hologramas. Depois, ela se juntou a Maluma e dançarinos.

A ideia de usar os hologramas serviu para apresentar seu alter-ego, Madame X. Esse personagem é uma agente secreta, que viaja pelo mundo e muda de identidade. Por isso, o uso da tecnologia fez todo o sentido no show.

Apresentações previstas para 2019

Um dos shows holográficos previstos para este ano é o da cantora britânica Amy Winehouse, que morreu em 2011. Segundo seu pai, Mitch Winehouse, a produção será criada pela Base Hologram, que tem em seu portfólio apresentações de Roy Orbison e Maria Callas e já prepara um show com Whitney Houston. Não há no site da empresa, entretanto, nada sobre uma exibição futura com Amy.

Outro que está na lista de cotados para participar de shows em 2019 é o holograma de Michael Jackson. A ideia é que ele seja acompanhado de uma banda ao vivo, mas ainda não há informações de agenda. A idealizadora do projeto é a DMG International Exhibition Co., Ltd.

Para os fãs do metal, uma produção vai trazer Ronnie James Dio — um dos mais importantes nomes do movimento. A Eyellusion, em parceria com a Agency of the Performing Arts, trabalha para oferecer shows holográficos do artista ainda neste ano. A apresentação terá uma banda para fazer o instrumental e o holograma projetado por meio de fotos e modelos em 3D. A empresa quer fazer também uma produção com o holograma de Frank Zappa.

Desde que foi desfeito, em 1982, o grupo sueco Abba não fez mais apresentações. Para 2019, entretanto, está previsto um show dos artistas com o uso de hologramas. Segundo Benny Andersson, um dos integrantes, todos do Abba estão envolvidos no projeto: eles devem aparecer como eram no fim da década de 1970.

Esse tipo de holograma é uma superprojeção 3D móvel — o que elimina a necessidade de óculos especiais. Para criá-lo, em geral, um ator ou uma atriz imita os movimentos de palco do artista. Depois, a cena é concluída com próteses e imagens produzidas por computador. Assim, a projeção pode se mover durante a apresentação.

Colaboração para o Olhar Digital

Roseli Andrion é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital